Pianista comemora aniversário em grande estilo e concertos Foto: Chamber Society |
Nos dias 6 e 7 de dezembro, às 20h30, na Sala Minas Gerais, a Filarmônica de Minas Gerais comemora os 70 anos de um dos maiores artistas brasileiros, o pianista Arnaldo Cohen, que interpretará o celebrado Concerto para piano nº 3 em dó menor, op. 37, de Beethoven. Nos duzentos anos de nascimento do compositor francês Charles Gounod, a Orquestra interpreta pela primeira vez a Sinfonia nº 1 e a sequência de danças de sua ópera mais famosa, Fausto. A regência é do maestro Fabio Mechetti. Celebrando também os dez anos da Filarmônica, o pianista Arnaldo Cohen e a Orquestra se apresentam no Theatro Municipal do Rio de Janeiro no dia seguinte, 8 de dezembro.
Na série de palestras sobre obras, compositores e solistas, promovidas pela Filarmônica de Minas Gerais antes das apresentações, entre 19h30 e 20h, o público poderá assistir aos comentários do percussionista da Filarmônica de Minas Gerais e curador dos Concertos Comentados, Werner Silveira. As palestras são gravadas em áudio e ficam disponíveis no site da Orquestra.
Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú e contam com o incentivo da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Repertório
Sobre o Concerto nº 3 de Beethoven
Ludwig Van Beethoven (Bonn, Alemanha, 1770 – Viena, Áustria, 1827) e Concerto para piano nº 3 (1799/1803)
Escrito entre 1799 e 1803, o Concerto para piano nº 3 de Beethoven foi estreado em Viena no dia 5 de abril de 1803, tendo o próprio compositor como solista. É uma das poucas obras da primeira fase do gênio de Bonn – os anos de juventude – a ter aceitação ampla por parte tanto dos músicos como do grande público. Provavelmente não apenas pela beleza evidente de seus temas, mas também pelo fato de ser uma peça-chave em seu repertório, que serve como referência para a compreensão de todo seu legado. O Concerto nº 3, único escrito em modo menor, deixa para trás o estilo mozartiano até então adotado por Beethoven, ao mesmo tempo em que aponta para os novos horizontes que seriam ainda conquistados.
Sobre a Primeira Sinfonia de Gound
Charles Gounod (Paris, França, 1818 – Saint-Cloud, França, 1893) e a Sinfonia nº 1 em Ré maior (1855)
Gounod é muito mais conhecido por suas óperas que pela sua música instrumental. Criou doze obras para o teatro lírico, diversas obras sacras (missas, oratórios e motetos) e um sem-número de canções. Seu legado sinfônico, comparativamente, é pequeno: apenas duas sinfonias, fragmentos de uma terceira, uma Petite Symphonie, alguns balés e umas poucas obras concertantes. As duas sinfonias de Gounod foram compostas em 1855. É natural, portanto, que as sinfonias tenham pontos de convergência, mas elas diferem sobretudo em tamanho e em conceito. A Segunda tem dimensões maiores e se aproxima, em certo sentido, de uma perspectiva mais romântica. A Primeira tem as dimensões de uma sinfonia clássica, principalmente no senso das proporções e no trabalho com a orquestração. No entanto, é de se considerar alguns contrastes. Por exemplo, o terceiro movimento assemelha-se muito aos minuetos das últimas sinfonias de Haydn, mais que aos Scherzi de Beethoven. Por outro lado, o segundo movimento traz algo de ironia e de pantomima, e evoca a Marcha fúnebre para uma marionete, do próprio Gounod. Nesse sentido pode-se dizer que, mesmo em sua música sinfônica, o teatro musical nunca o abandona por completo. Além disso, a leveza e a alegria do primeiro e do último movimentos são raros de se ouvir na música do século XIX. O que se depreende da Sinfonia nº 1 é um compositor seguro e ciente do que faz, com pleno domínio da técnica, mas sem deixar de lado a criatividade, a originalidade e um cativante melodismo, marca do próprio Gounod.
Sobre Fausto de Gounod
Charles Gounod (Paris, França, 1818 – Saint-Cloud, França, 1893) e Fausto: Música de balé (1859)
Das doze óperas que compôs Charles Gounod, apenas três tiveram sucesso: Fausto, Mirreille e Romeu e Julieta. Fausto, de 1859, foi um sucesso de bilheteria, na França e fora dela: foram mais de três mil récitas na Alemanha, entre 1901 e 1910! Não é para menos. Há na ópera algumas preciosidades que até hoje são cativantes: o ato da quermesse, o dueto O nuit d’amour, e o trio Anges purs, anges radieux. Embora o Fausto de Gounod seja bem diferente do de Goethe, em que se baseou, corre-se o risco, nesse caso, de se poder dizer que a música seja talvez mais determinante que o enredo. O frescor e a simplicidade acessível do melodismo de Gounod sustentam a obra e é uma das razões de sua notoriedade. O célebre balé, que se encontra no início do quinto ato, foi introduzido na partitura em 1869, quando foi reapresentada na Ópera de Paris. Efeitos dramáticos à parte, o fato é que a Música de Balé do Fausto de Gounod tornou-se de pronto uma de suas páginas mais celebradas e mais executadas, como obra autônoma, no mundo sinfônico. São sete danças ao todo. Não há interrupção entre elas, que se entrelaçam. A despeito dos títulos e das temáticas, não há qualquer tipo de referência arcaizante ou estereotipada. É ao século XIX e a Gounod que se ouve: franco, elegante, francês, infinitamente cativante e totalmente original.
Maestro Fabio Mechetti
Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008, Fabio Mechetti posicionou a orquestra mineira no cenário mundial da música erudita. Além dos prêmios conquistados, levou a Filarmônica a quinze capitais brasileiras, a uma turnê pela Argentina e Uruguai e realizou a gravação de oito álbuns, sendo três para o selo internacional Naxos. Natural de São Paulo, Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.
Nos Estados Unidos, Mechetti esteve quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville e, atualmente, é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane, da qual hoje é seu Regente Emérito. Regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio. Da Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Continua dirigindo inúmeras orquestras norte-americanas e é convidado frequente dos festivais de verão norte-americanos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.
Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello.
Suas apresentações se estendem ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Escócia, Espanha, Finlândia, Itália, Japão, México, Nova Zelândia, Suécia e Venezuela. No Brasil, regeu todas as importantes orquestras brasileiras.
Fabio Mechetti é Mestre em Regência e em Composição pela Juilliard School de Nova York e vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.
Arnaldo Cohen, piano
Graduado com grau máximo em piano e violino pela Escola de Música da UFRJ, Arnaldo Cohen conquistou por unanimidade o 1º Prêmio no Concurso Internacional Busoni, na Itália. No Brasil, estudou com Jacques Klein e, em Viena, com Bruno Seidlhofer e Dieter Weber. Em sua carreira Arnaldo Cohen apresentou-se em mais de quatro mil concertos como solista das mais importantes orquestras do mundo. Após mais de 20 anos em Londres, onde lecionou na Royal Academy of Music e no Royal Northern College of Music, transferiu-se para os Estados Unidos em 2004, tornando-se o primeiro brasileiro a assumir uma cátedra vitalícia na Escola de Música da Universidade de Indiana. Além de recitalista e concertista, transita também pelos domínios da música de câmara, tendo integrado durante cinco anos o prestigiado Trio Amadeus. Conhecido por sua técnica clara e exemplar, interpretação equilibrada e imaginativa, Cohen também gravou discos premiados e muito bem recebidos pela crítica, de compositores como Liszt, Brahms, Rachmaninov e uma abrangente coletânea de música brasileira para o selo sueco BIS.
Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais fez seu primeiro concerto em 2008, há dez anos. Diante de seu compromisso de ser uma orquestra de excelência, cujo planejamento envolve concertos de série, programas educacionais, circulação e produção de conteúdos para a disseminação do repertório sinfônico brasileiro e universal, a Filarmônica chega a 2018 como um dos mais bem-sucedidos programas continuados no campo da música erudita, tanto em Minas Gerais como no Brasil. Reconhecida com prêmios culturais e de desenvolvimento econômico, a nossa Orquestra,como é carinhosamente chamada pelo público, inicia sua segunda década com a mesma capacidade inaugural de sonhar, de projetar e executar programas valiosos para a comunidade e sua conexão com o mundo.
Números da Filarmônica de Minas Gerais em 10 anos (dados até 23 de novembro de 2018)
1.050 milhão espectadores
816 concertos realizados
1.000 obras interpretadas
104 concertos em turnês estaduais
38 concertos em turnês nacionais
5 concertos em turnê internacional
90 músicos
569 notas de programa publicadas no site
182 webfilmes publicados (19 com audiodescrição)
1 coleção com 3 livros e 1 DVD sobre o universo orquestral
4 exposições itinerantes e multimeios sobre música clássica
4 CDs pelo selo internacional Naxos (Villa-Lobos e Nepomuceno)
1 CD pelo selo nacional Sesc (Guarnieri e Nepomuceno)
3 CDs independentes (Brahms&Liszt, Villa-lobos e Schubert)
1 trilha para balé com o Grupo Corpo
1 adaptação de Pedro e o Lobo, de Prokofiev, para orquestra e bonecos com o Grupo Giramundo
Série Presto
6 de dezembro – 20h30
Sala Minas Gerais
Série Veloce
7 de dezembro – 20h30
Sala Minas Gerais
Fabio Mechetti, regente
Arnaldo Cohen, piano
BEETHOVEN Concerto para piano nº 3 em dó menor, op. 37
GOUNOD Sinfonia nº 1 em Ré maior
GOUNOD Fausto: Música de balé
Ingressos: R$ 44 (Coro) R$ 50 (Balcão Palco) R$ 50 (Mezanino), R$ 68 (Balcão Lateral), R$ 92 (Plateia Central) e R$ 116 (Balcão Principal).
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Ingressos para o setor Coro serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Ingressos comprados na bilheteria não têm taxa de conveniência.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Funcionamento da bilheteria:
Sala Minas Gerais – Rua Tenente Brito Melo, 1090 – Bairro Barro Preto
De terça-feira a sexta-feira, das 12h às 20h.
Aos sábados, das 12h às 18h.
Em quintas e sextas de concerto, das 12h às 22h
Em sábados de concerto, das 12h às 21h.
Em domingos de concerto, das 9h às 13h.
São aceitos cartões com as bandeiras Amex, Aura, Redecard, Diners, Elo, Hipercard, Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Electron.
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