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sexta-feira, 3 de março de 2023

Obra de Mary Beard que traça origens da misoginia ganha nova edição

Foto: Divulgação
Edição revista e atualizada de Mulheres e Poder inclui posfácio da autora abordando o movimento #MeToo e reflexões sobre a cultura do estupro

“Brilhante, enriquecedor. Explica o porquê do ódio contra as mulheres -- em especial, aquelas que têm voz", The Guardian

Escrito por Mary Beard, uma das mais conhecidas e respeitadas historiadoras contemporâneas, o best-seller Mulheres e poder chega às livrarias brasileiras em nova edição revista e atualizada. A ação faz parte das comemorações de 20 anos da Editora Planeta no Brasil, que este ano trará edições comemorativas de obras que marcaram a história da editora, além de reedições de títulos esgotados e importantes para o mercado editorial.

Baseado em duas palestras proferidas pela autora, numa parceria com o London Review of Books, em 2014 e 2017, Mulheres e poder traça as origens da misoginia, examinando as armadilhas e os percalços de como a história maltratou mulheres fortes desde os tempos mais antigos. De maneira assertiva e clara, Beard apresenta inúmeros exemplos de como as mulheres sempre foram proibidas de desempenharem papéis de liderança na vida civil, passando por figuras contemporâneas, políticas e personagens míticas.

"Minha mãe surgiu muitas vezes em minha mente quando preparei as duas palestras nas quais se baseia este livro [...]. Eu queria descobrir como explicar a ela -- tanto quanto a mim mesma e a milhões de outras mulheres que ainda vivem algumas das mesmas frustrações -- até que ponto estão profundamente incorporados à cultura ocidental os mecanismos que silenciam as mulheres, que se recusam a levá-las a sério e que as afastam (às vezes literalmente, como veremos) dos centros de poder", escreve Beard no prefácio da obra.

De Medusa a Filomena, chegando até Hillary Clinton, Angela Merkel e Dilma Rousseff, a autora questiona as suposições sociais sobre a relação entre o poder e a feminilidade -- e como mulheres poderosas oferecem exemplos necessários para que todas reajam às forças que tentam encerrá-las em paradigmas e discursos masculinos. Além da atualização de informações, a nova edição também inclui um posfácio onde a historiadora aborda o movimento #MeToo e reflexões sobre a cultura do estupro.

Em Mulheres e poder, Mary Beard também traz reflexões sobre as próprias experiências pessoais com o sexismo para discutir como o papel feminino precisa ser redefinido na estrutura de poder da sociedade. Afinal, se as mulheres não são consideradas pelas estruturas de poder, não é a noção de poder que deveria ser reconsiderada?

TRECHOS DO LIVRO

“No que diz respeito a silenciar as mulheres, a cultura ocidental tem milhares de anos de prática”.

“Quero começar muito perto do início da tradição da literatura ocidental e do primeiro exemplo registrado de um homem mandando uma mulher “calar a boca” e afirmando que a voz dela não deveria ser ouvida em público. Refiro-me a um momento imortalizado no começo da Odisseia, de Homero, há quase 3 mil anos”.

"Mulheres que reivindicam voz pública são tratadas como aberrações andróginas [...] ou aparentemente tratam a si mesmas como tais".

FICHA TÉCNICA

Título: Mulheres e poder -- Edição revista e ampliada

Autora: Mary Beard

Tradução: Celina Portocarrero

Tradução da edição atualizada: Jennifer Koppe

Páginas: 160 p.

Preço livro físico: R$ 54,90

Selo Crítica, Editora Planeta

SOBRE A AUTORA

Professora de clássicos da Universidade de Cambridge, Mary Beard é autora dos best-sellers SPQR e Mulheres e poder, ambos publicados pelo selo Crítica da Editora Planeta. Também foi nomeada ao National Book Critics Circle Award pela obra Confronting the Classifics. Uma blogueira popular e personalidade televisiva no Reino Unido, Beard é uma contribuidora regular do New York Review of Books.

SOBRE O SELO CRÍTICA

Criado na Espanha, em 1976, e disponível no Brasil desde 2016, o selo Crítica é conhecido pela qualidade de seus títulos na área de história, ensaios e divulgação científica. Niall Ferguson, Mary Beard, Miguel Nicolelis, Noam Chomsky e Antony Beevor estão entre os principais autores no Brasil.

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