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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Dexter – o 8º anjo - no Memorial Minas Gerais Vale

Evento integra o projeto Diversidade Periférica
 do Memorial Vale - Foto: Alvesphot
O rapper Dexter  o 8º anjo, como é conhecido pelos fã virá a Belo Horizonte especialmente para se apresentar no Memorial Minas Gerais Vale no dia 26 de setembro, quinta-feira, às 18h30. A abertura do show será com os mineiros do Face3 DJs. Dexter e a Face3 DJs desenvolvem uma tecnologia social revolucionária para a transformação social  o Hip Hop  movimento que, no Brasil, surge na força e na potência das favelas e periferias.

O evento integra o projeto Diversidade Periférica do Memorial Vale, que é uma parceria entre artistas, produtores e grupos culturais das periferias de Belo Horizonte. O objetivo é trazer ao público as iniciativas, manifestações e práticas artístico-culturais produzidas nas comunidades, além de promover o acesso e a aproximação destes moradores à programação e atividades do Memorial Vale. A curadora Patrícia Alencar, da diretoria da Cufa  Central Única das Favelas  tem como apoio na produção jovens das comunidades de onde vem as atrações. Nesta edição: Mariana Cristina de Carvalho Santos da Silva e Tatiana Francisca do Nascimento Rosa.

A entrada é gratuita, sujeita a lotação, com retirada de senhas uma horas antes do evento. O Memorial Vale fica na Praça da Liberdade, 640, esq. Gonçalves Dias.

Repertório:
Oitavo Anjo,
Como Vai Seu Mundo,
Saudades Mil,
Um Homem Na Estrada
Me Perdoa

Face3 DJs

Dj-Pooh, Dj-acoisa e Dj-Reinaldo Café formam o grupo musical Face3 DJs, protagonista em diversos trabalhos e com trajetória respeitada no Brasil e no exterior. O trio desenvolveu uma técnica de trabalho inovadora na discotecagem, fundindo com o alto nível do turtablist (criar músicas através de toca discos e mixers), sendo batizado, então, como a orquestra de DJs.

Dexter

Marcos Fernandes de Omena, nascido em São Paulo no dia 17 de agosto de 1973, aos treze dias de vida foi adotado por Marina Maria de Omena, viúva, mãe de duas meninas, que sonhava em ter um filho homem. Desde cedo, sempre soube de sua história de adoção. Cresceu ao lado de suas duas irmãs numa infância feliz na favela do Calux, em São Bernardo do Campo (Grande SP). Ainda na juventude, conheceu seus 11 irmãos por parte dos pais biológicos. Como a maioria dos jovens, Marcos tinha uma relação difícil com sua mãe. Anos depois, entendeu que era apenas a forma dela educá-lo e privá-lo dos perigos do mundo e fez até uma música para ela.

Com 17 anos, começou a conhecer e vivenciar o rap. Conheceu o grupo Racionais MC’s e, a partir daí, teve a certeza de seu caminho. Em 1990, Marcos criou o Snake Boys, seu primeiro grupo de rap, ficando conhecido na região do ABC paulista.

Em 1991, Marcos Fernandes Omena adotou o apelido de Dexter. Ao ler a biografia de Martin Luther King, viu que Dexter era o nome de um dos filhos do líder do movimento negro nos EUA e que significava destro, ligeiro, esperto e sagaz. Para ele, uma forma de homenagear uma das grandes referencias que tinha, além de acreditar que este seria um forte nome artístico.

Em 1993, o Snake Boys foi convidado para participar da coletânea Projeto Rap Brasil Volume 1, com a música “Animais Irracionais”, uma letra que falava sobre o massacre do Carandiru e questionava a ação da polícia. Naquele mesmo ano, o grupo adota o nome de Tribunal Popular, com o objetivo de focar mais nas questões sociais. A ideia era criar um grupo que seria como um “tribunal do povo”, sendo a voz de quem não tinha voz.

O período de 1994 a 1998 foi de muitos sonhos e desejos, em meio a dificuldades de fazer música, ganhar dinheiro, pagar estúdio e criar um novo trabalho. Dexter tenta chegar ao que deseja por caminhos mais fáceis. No dia 28 de Janeiro de 1998, segue para o exílio. Dentro do presídio, Dexter conhece o Projeto Talentos Aprisionados, por meio do qual pôde mostrar seu trabalho com as músicas “Saudades Mil” e “Oitavo Anjo”.

Surge, então, o grupo 509E, batizado com os números e letra que identificavam a cela onde viviam Dexter e outro integrante do grupo. Dexter, através de seus contatos, organiza um time de produtores que viabiliza o primeiro CD do grupo, Provérbios 13. Ao lado de Mano Brown, Edi Rock, DJ Hum, Mv Bill, Dj Luciano, DJ Zé Gonzáles e outros amigos, lança o primeiro CD do 509E, que ultrapassa a marca de 500 mil cópias vendidas.

Em 2009, em regime semi-aberto na Penitenciaria José Parada Neto, em Guarulhos, desenvolveu o projeto social “Como Vai Meu Mundo” ao lado do amigo Eduardo Bustamante e do Juiz Jaime Garcia dos Santos Junior, Titular da Vara de Execuções criminais de Guarulhos.

Em 2011, Dexter conquista sua liberdade e se envolve inteiramente com seu trabalho.

Em 2015, Dexter inaugura sua produtora, a 8º Anjo Produções Fonográficas, e inicia o processo de finalização do seu segundo álbum solo e terceiro na carreira – “Flor de Lótus”.

Um apaixonado pela vida, pelo hip hop e pela música. Um lutador que acredita no poder transformador do rap, para si e para os outros. Um determinado, que em 1991 já sabia que faria jus ao significado de correto, direito, sagaz, esperto e ligeiro. Este é Dexter.

Patrícia Alencar

Mineira nascida na favela do Morro do Papagaio, em Belo Horizonte. É ativista social, gestora cultural, arte educadora e dançarina, engajada na luta contra o racismo e pela igualdade social, desenvolve suas atividades desde de 1998. Hoje é uma das Diretoras da CUFA (Central Única de Favelas), co-fundadora da Frente Favela Brasil e também faz parte da Associação Sócio Cultural Bataka. Produziu eventos de relevância para Belo Horizonte, como o Dia das Favelas, Taça das Favelas, Carnafavela, Hip Hop Rua, entre outros. Sua atuação tem como premissa a transformação social por meio das artes e por meio do protagonismo de moradores de favelas.

Suas assistentes nesta edição:

Mariana Cristina de Carvalho Santos da Silva, é negra, tem 25 anos e é moradora da região do Barreiro, em BH. Amante da cultura popular e da cultura negra. Dançarina e ativista da Associação Cultural Bataka e do Grupo Adayeba, trabalhos que buscam reforçar a identidade por meio da corporeidade negra e periférica e a luta por uma sociedade mais justa.

Tatiana Francisca do Nascimento Rosa, 28 anos, é nascida e criada no Alto Vera Cruz, em BH. Atua na área de fotografia e é técnica em segurança do trabalho e bombeira civil. Faz parte da equipe de produção da Cufa Minas.

Ritmos e Poesia com o Rapper Dexter
Dia 26 de setembro (quinta-feira)
Horário: 18h30 horas
Local: Memorial Vale, Praça da Liberdade, 640, esquina com Gonçalves Dias.
Entrada gratuita, sujeita a lotação, com retirada de senhas uma hora antes do evento.

MEMORIAL MINAS GERAIS VALE
Endereço: Praça da Liberdade, 640, esq. Gonçalves Dias 
Horário de funcionamento: terças, quartas, sextas e sábados, das 10h às 17h30, com permanência até18h. Quintas, das 10h às 21h30, com permanência até22h. Domingos, das 10h às 15h30, com permanência até16h.

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