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| Foto: Patrick Arley |
Belo Horizonte vai receber, no sábado (16), a tradicional Festa de Iemanjá, celebração da cultura afro-brasileira na Lagoa da Pampulha, realizada pela Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente (CCPJO) em parceria com a Reunião Umbandista Mineira (RUM) e Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-brasileira (CENARAB).
Com raízes históricas, o evento acontece próximo a sexta-feira (15), sincretismo religioso com as celebrações de Nossa Senhora da Boa Viagem, padroeira da cidade. Essa celebração completa 70 anos em 2025, reunindo diversos terreiros de Umbanda e Candomblé, num momento de resistência e afirmação da cultura afro.
“É um marco cultural e religioso na capital mineira, onde a Lagoa da Pampulha se torna um altar a céu aberto, com oferendas e manifestações de fé. Um importante momento de afirmação da nossa cultura e de combate ao racismo religioso, demonstrando a relevância das religiões de matriz africana por aqui”, comenta Pai Ricardo, coordenador da CCPJO. Para ele, é também “uma oportunidade para conhecer e vivenciar a riqueza dessas tradições e relevância na formação da identidade do nosso país”, complementa.
Realizada anualmente desde 1953, a Festa de Iemanjá revela o sagrado no espaço urbano. A ocupação e a permanência dos adeptos da Umbanda e do Candomblé, há sete décadas, atribuíram novos sentidos e significados para a Pampulha, um espaço tradicional da cidade contribuindo para uma apropriação plural e democrática do espaço público. A partir de 2013, a Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente assumiu a organização do evento.
Desde 2019, a celebração entrou como registro imaterial do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte, passando a ser reconhecida, junto com a Festa dos Pretos Velhos, oficialmente como patrimônio cultural da cidade, integrando a lista de bens culturais que contam com a colaboração do poder público para sua salvaguarda e continuidade histórica.
Programação
A festa começa com uma concentração às 14h na Rua Aarão Reis, entre Guaicurus e Viaduto da Floresta, atrás do CRJ - Centro de Referência da Juventude. A partir das 16h30, uma carreata segue com a homenagem em direção à Praça de Iemanjá, na Pampulha.
Chegando lá, às 18h, haverá uma apresentação cultural das Xequerelas e logo depois, às 19h, acontece a Concentração dos Terreiros. A Solenidade de abertura, com a consagração dos barcos e entrega das flores e presentes para Iemanjá será às 19h30 e, por fim, às 20h, os terreiros presentes darão início aos seus trabalhos.
A organização do evento orienta as pessoas que quiserem fazer sua homenagem a Iemanjá com presentes como barcos e flores que usem materiais biodegradáveis, evitando plásticos e mantendo o espaço limpo.
A Festa de Iemanjá é realizada com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.
Solidariedade
No evento, haverá recolhimento de doações de alimentos não perecíveis que vão beneficiar instituições de caridade, como asilos e creches belo-horizontinas. Mais uma oportunidade de fortalecimento da cultura e da religiosidade dos povos de axé. Quem doar, ganhará um Ojá, indumentária responsável pela proteção do orí (cabeça), símbolo do destino e da intuição.
Festa de Iemanjá Belo Horizonte
Data: 16 de agosto, sábado
Local: Endereço: Praça de Iemanjá - Av. Otacílio Negrão de Lima, 260, São Luiz
Programação
14h: Concentração na Rua Aarão Reis, entre Guaicurus e Viaduto da Floresta, atrás do CRJ - Centro de Referência da Juventude
16h30: Carreata em direção à Praça de Iemanjá, na Pampulha
18h: Apresentação cultural das Xequerelas
19h: Concentração dos Terreiros
19h30: Solenidade de abertura, com a consagração dos barcos e entrega das flores e presentes para Iemanjá
20h: Trabalhos de cada terreiro
Use máscara cobrindo a boca e o nariz. Se cuide!

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