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sexta-feira, 4 de abril de 2025

Filarmônica de Minas Gerais recebe acordeonista chinesa Hanzhi Wang

Foto: Divulgação 

Encontro com a Orquestra, sob regência do maestro Fabio Mechetti, marca primeira apresentação da solista no Brasil

Embora separadas por séculos e pela geografia, a latinidade da música de inspiração espanhola se revela no Aconcágua: Concerto para bandoneon de Piazzolla, a ser interpretado pela acordeonista chinesa Hanzhi Wang, assim como na virtuosística fantasia composta por Rimsky-Korsakov, Capricho Espanhol. Outro compositor celebrado nesta temporada da Filarmônica de Minas Gerais, pelos 150 anos de sua morte, é Georges Bizet, neste programa com a sua sinfonia Roma. As apresentações serão nos dias 10 e 11 de abril, às 20h30, na Sala Minas Gerais, com regência do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais. Os ingressos estão à venda no site da filarmonica e na bilheteria da Sala, a partir de R$ 39,60 (inteira) e R$ 19,80 (meia).

Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e pelo Governo de Minas Gerais por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Mantenedor: Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais. Apoio Cultural: Inter. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Governo de Minas Gerais, Funarte, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais

Desde 2008, Fabio é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. 

Ao ser convidado, em 2014, para o cargo de Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, Fabio Mechetti tornou-se o primeiro maestro brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane, da qual é Regente Laureado.

Foi regente associado de Mstislav Rostropovich, na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.

Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles, os de Grant Park, em Chicago, e Chautauqua, em Nova York.

Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige, regularmente, várias orquestras na Escandinávia, na Itália, na Espanha, na Escócia, e várias orquestras latino-americanas, destacando-se a Filarmônica do Teatro Colón, e as Filarmônicas e Nacional da Colômbia.

No Brasil, foi convidado a dirigir a Estadual de São Paulo, a Sinfônica Brasileira, as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro, a Petrobrás Sinfônica, entre outras. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Antonio Meneses, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie e Kathleen Battle, entre outros. Fabio Mechetti é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School de Nova York.

Hanzhi Wang, acordeom

Primeira acordeonista a integrar o seleto grupo de músicos da Young Concert Artists nos mais de 60 anos da instituição, a chinesa Hanzhi Wang fez sua estreia em Nova York no Zankel Hall do Carnegie Hall e apresentou-se no Kennedy Center, em Washington. Foi também a primeira acordeonista solo a ser escolhida “Artista do Mês” pela revista Musical America e a aparecer no programa Young Artists Showcase da rádio WQXR. Em 2018, lançou On the Path to H.C. Andersen, primeiro disco de acordeom solo no catálogo do selo Naxos. Estreou obras escritas e dedicadas a ela pelos compositores Martin Lohse, James Black, Nina Shekhar e Sofia Gubaidulina. Vencedora do Prêmio Principal no 40º Concurso Internacional de Acordeom de Castelfidardo (Itália), Hanzhi tem realizado masterclasses nos Estados Unidos, China e Europa, e apresentado recitais em importantes palcos e festivais norte-americanos. Este é o primeiro concerto que realiza no Brasil, e sua estreia é com a Filarmônica de Minas Gerais.

Repertório

Georges Bizet (Paris, França, 1838 – Bougival, França, 1875) e a obra Roma (1868)

Não são poucos os que defendem que, caso Bizet não tivesse falecido demasiadamente cedo, aos 36 anos, ele poderia ter sido o maior compositor francês do final do século XIX. Seus inegáveis talentos musicais foram muitas vezes entravados por um perfeccionismo que o levava a deixar inúmeras partituras inacabadas, e a falta de reconhecimento por parte de seus contemporâneos fez com que a sua melancolia crescesse com o passar do tempo.

Roma, a segunda e última sinfonia escrita por Bizet, assim como a sua incontornável obra-prima Carmen, oferece claras evidências de seu brilhante tratamento orquestral. Nela, encontramos o entusiasmo e a vivacidade que definem a obra deste compositor parisiense, bem como seus temas calorosos e a exploração bastante diversificada dos sons da orquestra. 

A obra começou a ser escrita em 1860, quando Bizet passava uma temporada na capital italiana como recompensa por ter vencido o tradicional Prix de Rome. Sua ideia inicial foi compor uma sinfonia em quatro movimentos, cada um representando uma cidade: Roma, Veneza, Florença e Nápoles. Como era de sua índole, Bizet acabou descartando a proposta e seguiu trabalhando erraticamente na peça nos anos seguintes, vindo a terminá-la somente em 1868. Todavia, há indícios de que Bizet fez revisões na partitura até, pelo menos, 1871.

Ainda que tenha sido publicada como Roma, troisième suite de concert (Roma, terceira suíte de concerto), trata-se de uma sinfonia em Dó maior, tal qual a primeira, escrita em 1855. A estrutura em quatro movimentos permanece na versão final, ainda que apenas o último, uma tarantela com o subtítulo “Carnaval”, faça referência direta à Itália.

Astor Piazzolla (Mar del Plata, Argentina, 1921 – Buenos Aires, Argentina, 1992) e a obra Aconcágua: Concerto para bandoneon (1979)

Piazzolla dizia que quem lhe ensinou o tango foi a cidade de Buenos Aires: o som das pessoas nas ruas, a música que ecoava das varandas, as noites enfumaçadas tocando nos bares e cabarés. Já o desejo de fazer as coisas à sua maneira, de provocar o consolidado com novas ideias e de transitar livremente entre mundos, isso vem de seu próprio espírito inquieto, da mente iconoclasta de um artista que sempre se mostrou disposto a aprender e arriscar.

Quando começou a experimentar com outras linguagens dentro do tango, Piazzolla logo buscou diálogos entre a sua formação nos palcos e a música de concerto. Primeiro, recebeu a orientação luxuosa de um conterrâneo, Alberto Ginastera, que lhe apresentou caminhos já respaldados no cânone sinfônico. Anos mais tarde, em 1954, passou um período na França estudando com Nadia Boulanger, que lhe deu um dos conselhos mais preciosos: nunca abandonar o tango, pois era lá que sua alma residia.

Em seu Concerto para bandoneon, nomeado postumamente em homenagem ao ponto mais alto das Américas, Piazzolla traz ao centro o seu principal companheiro de palco. Pouco comum nas salas de concerto, mas símbolo máximo dos conjuntos de tango, o bandoneon é um membro da família dos acordeons, e tem em Piazzolla o seu mais aclamado intérprete. A ausência das madeiras e metais no Concerto realça a singularidade sonora do instrumento solista, que, tanto no diálogo com a orquestra como nas passagens solitárias, exibe orgulhosamente o potencial dramático do tango, sua paixão irrecusável e seu sentimentalismo simultaneamente elegante e bruto. 

Nikolai Rimsky-Korsakov (Tikhvin, Rússia, 1844 – Lyubensk, Rússia, 1980) e a obra Capricho Espanhol, op.34 (1887)

No dia 28 de fevereiro de 1887, Rimsky-Korsakov era acordado pelo crítico Vladimir Stasov com a notícia de que Borodin havia falecido na noite anterior. Ele correu para o velório e acabou recebendo, da viúva, os manuscritos musicais do amigo. Com a ajuda de Glazunov, empreendeu a longa tarefa de colocar em ordem, orquestrar, concluir e preparar para publicação toda a herança musical de Borodin.

O contato íntimo com a obra do amigo acendeu em Rimsky-Korsakov a inspiração que há muito lhe escapara. Nas férias de verão do mesmo ano, enquanto orquestrava Príncipe Igor, ópera que Borodin deixou inacabada, Rimsky-Korsakov compôs o Capricho Espanhol, op. 34, a partir dos esboços de uma peça para violino e orquestra sobre temas espanhóis que havia abandonado. A nova obra, segundo suas palavras, “deveria brilhar graças ao virtuosismo orquestral”, uma vez que agora se tratava não mais de um concerto para violino, mas de uma obra escrita apenas para orquestra.

A partitura foi completada no dia 4 de agosto de 1887, e a estreia se deu em 31 de outubro, sob a regência do compositor. O concerto foi um sucesso, e o Capricho Espanhol se manteria como uma das peças favoritas das salas de concerto mundo afora. Logo no primeiro ensaio, os músicos dos Teatros Imperiais começaram a aplaudir o compositor assim que terminaram a execução do primeiro movimento. Foi com dificuldade que Rimsky-Korsakov conseguiu que ensaiassem a obra completa, pois que os aplausos se repetiam ao final de cada movimento. Por fim, ele propôs dedicar a obra aos músicos da orquestra, proposição prontamente aceita por todos.

Filarmônica de Minas Gerais

Série Allegro

10 de abril – 20:30 h

Sala Minas Gerais

Série Vivace

11 de abril – 20:30h

Sala Minas Gerais

Fabio Mechetti, regente

Hanzhi Wang, acordeom

BIZET                           Roma

PIAZZOLLA                   Aconcágua: Concerto para bandoneon

RIMSKY-KORSAKOV    Capricho Espanhol, op. 34

INGRESSOS:

R$ 39,60 (Mezanino), R$ 54 (Coro), R$ 54 (Terraço), R$ 78 (Balcão Palco), R$ 98 (Balcão Lateral), R$ 133 (Plateia Central), R$ 172 (Balcão Principal) e R$ 193 (Camarote).

Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.

Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.

Informações: (31) 3219-9000 

Bilheteria da Sala Minas Gerais

Horário de funcionamento

Dias sem concerto:

3ª a 6ª — 12h a 20h

Sábado — 12h a 18h 

Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:

— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana 

— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado 

— 9h a 13h — quando o concerto é no domingo

São aceitos:

Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa

Pix

ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

Foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação.

Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas.

O grupo recebeu numerosos menções e prêmios, sendo o mais recente o Prêmio Concerto 2024 na categoria CD/DVD/Livros, com o álbum com obras de Lorenzo Fernandez. A Orquestra já havia recebido Prêmio Concerto 2023 na categoria Música Orquestral, por duas apresentações realizadas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, SP. o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano.

Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, Filarmônica na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto.

A Orquestra possui 18 álbuns gravados, entre eles quatro que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty. O álbum Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, foi indicado ao Grammy Latino 2020.

Ainda em 2020, a Filarmônica inaugurou seu próprio estúdio de TV para a realização de transmissões ao vivo de seus concertos, totalizando hoje mais de 100 concertos transmitidos em seu canal no YouTube, onde se podem encontrar diversos outros conteúdos sobre a orquestra e a música de concerto.

Realiza também diversas apresentações por cidades do interior mineiro e capitais do Brasil, tendo se apresentado também na Argentina e Uruguai. Em celebração ao bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, realizou uma turnê a Portugal, apresentando-se nas principais salas de concertos do país nas cidades do Porto, Lisboa e Coimbra, além de um concerto a céu aberto, no Jardim da Torre de Belém, como parte da programação do Festival Lisboa na Rua, promovido pela Prefeitura de Lisboa.

A sede, a Sala Minas Gerais, foi inaugurada em 2015, sendo uma referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico. Considerada uma das principais salas de concertos da América Latina, recebe anualmente um público médio de 100 mil pessoas.

A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Filarmônica vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.

Use máscara cobrindo a boca e o nariz. Se cuide!

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