Foto: Divulgação |
Nos dias 5 e 22 de setembro acontece em vários espaços culturais da capital mineira a 9ª edição do Festival internacional de videoarte e cinema experimental TIMELINE BH. Em 11 dias o festival mostra perspectivas e abordagens artísticas no campo da videoarte e do cinema experimental. O projeto com uma programação diversa ocupa os espaços culturais do MIS Santa Tereza, Sesc Palladium e UFMG.
Para o curador Joacélio Batista: “O festival visa incentivar produções audiovisuais que transcendam as fronteiras do cinema convencional, que assuma um risco estético que desafia as normas estabelecidas. Busca-se um cinema que não apenas explore novas linguagens e formatos, mas também incorpore as convergências que emergem na interação com outras expressões artísticas, resultando em obras que imaginam e expandem o próprio conceito de narrativa audiovisual.
Destaque para a auto-ficção intimista, Europa - Me Avise Quando Chegar, do cineasta mineiro Victor Vieira. Foto-filme que retrata o cotidiano da zona norte de Belo Horizonte. Mantendo a nossa tradição o TIMELINE:BH convida outros festivais como IBRIDA (Itália) E OK VÍDEO (Indonésia) para mostrar novos olhares sobre a videoarte mundial.
Para o curador Sávio Leite; “O festival acontece em vários espaços da cidade. Esse ano recebemos 630 filmes e selecionamos 58. Uma seleção potente e diversificada de países como Irã, Biolorussia, Colômbia, Argentina, Eslováquia, Polônia, Coreia do Sul, México , Grécia, Croácia e diversos outros. Filmes de cineastas veteranos como: A última Valsa de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet e Time Capsule de Maki Satake do Japão”.
Segundo a curadora Ana Moravi: “O festival acontece como resistência e reafirmação da arte como campo de experimentação, disputa de narrativas e ressignificação de traumas e violências. Num mundo em que o excesso de imagens e informações nos inunda com pós-verdades e indústrias da mentira, seguir criando imagens de invenção e fricções na realidade nos conecta com outros mundos possíveis e pode inspirar cicatrizes das feridas do tempo. Filmes como Estudo para uma pintura o lavrador de café, de Desali e Rafael dos Santos Rocha e The Symphony of disharmony de Vasilis Karvounis apresentam distintas potências alcançadas pela arte, no cotidiano transgeracional e metalinguístico dos artistas mineiros ou na antiga, incansável e caótica palhaçaria do artista grego. Ou ainda filmes como Descarrego, de Joana Claude, relato íntimo e performático, e Damn Them All! de Silvia de Genaro, animação panfletária, denunciam como a violência, o abuso e a guerra ganham materialidades.
O Festival apresenta ainda a sessão especial Geração 00, com obras de artistas de Minas Gerais, realizadas entre 2000 e 2010, que trazem a potência da videoarte que incorporou as transformações tecnológicas do período, conectando linguagens, criando espaços de circulação, formando o repertório de outres artistas e reverberando pelo mundo em festivais, mostras e exposições.
Para a curadora Sara Não Tem Nome:"O festival oferece um importante espaço para a exibição e discussão de filmes experimentais realizados na cidade". Na sessão Timeline 2 - Anticorpos, serão exibidas as estreias “Desejo Radical Tropical”, das realizadoras mineiras Carolina Santana e Dayane Tropicaos e “Meu animal preferido já foi um cavalo”, realizado pela multiartista Efe Godoy. A sessão tem como eixo temático filmes que pensam e discutem gênero, identidade e sexualidade, e que fogem de uma visão normativa da performatividade dos corpos. Um dos destaques da curadora é o filme colombiano “El Tercer Mundo Después del Sol (The Third World After the Sun) ” , que segundo es realizadores Analu Laferal e Tiagx Vélez, o filme é um feitiço a partir de um jogo de olhares íntimos entre cinema experimental, performance e pós-pornografia. Uma polifonia testemunhal que pretende relacionar um estado místico e provocar nele a imersão através do seu desenvolvimento. Um convite sedutor à contemplação da escuridão e uma meditação cheia de suspense.
A mostra busca divulgar autores nacionais e internacionais do cinema experimental, cinema expandido e arte eletrônica, que criam em diálogo com manifestações populares e acadêmicas de apropriação do aparato tecnológico do moderno ao contemporâneo.
Idealizado pelos cineastas e videoartistas, Joacélio Batista e Sávio Leite, o TIMELINE:BH surgiu como mostra não competitiva no Museu Mineiro em 2015. Em 2016, contou com o apoio do Sesc Palladium, que abrigou o evento anualmente até 2019. Nesse percurso, o festival abriu-se à livre inscrição de autores brasileiros e estrangeiros, seguindo sem caráter competitivo.
Em sua trajetória, o festival contou com o apoio de instituições culturais internacionais, como o Festival Fonlad Festival de Portugal (2016), o The New Museum of Networked Art da Alemanha (2017), o Goethe-Institut e o AG Kurzfilm, ambos da Alemanha (2018), o Medrar do Egito (2019), além de instituições culturais brasileiras, autores convidados e uma forte presença de autores emergentes. A cada edição o evento busca exibir artistas de relevância internacional em sessão especial.
E este ano o projeto abriu inscrições para duas oficinas: Sobre Imagens, com o Duo Strangloscope (SC) e Música Visual- Tocando Imagens, com Henrique Roscoe - HOL (MG) que irão acontecer durante a sua programação.
Por: Europa - Me Avise Quando Chegar, por Victor Vieira , Belo Horizonte - Brasil
TIMELINE:BH#9 FESTIVAL DE ARTE ELETRÔNICA E CINEMA EXPERIMENTAL - É REALIZADO COM RECURSOS DO EDITAL PÚBLICO Nº 03/2023 - BH NAS TELAS EDIÇÃO PAULO GUSTAVO - CATEGORIA - 5. APOIO, DIFUSÃO E FORMAÇÃO. Projeto 91315/2023 -
A 9ª EDIÇÃO FESTIVAL INTERNACIONAL DE VIDEOARTE E CINEMA EXPERIMENTAL TIMELINE BH ACONTECE EM VÁRIOS ESPAÇOS DA CIDADE
Gratuito.
Programação completa no site timelinebh
Use máscara cobrindo a boca e o nariz. Se cuide!
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