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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Novo livro de J. Bradford DeLong explora o panorama histórico dos efeitos da explosão de riqueza material


Foto: Divulgação

Em O longo caminho para a utopia, economista revisita a história econômica do período que transformou o padrão de vida no mundo, mas deixou uma herança de desigualdade social

“Brad DeLong conta de forma erudita e emocionante a história de como todo o crescimento econômico desde 1870 criou uma economia global que hoje não corresponde a nenhum ideal de justiça. O longo caminho em direção à justiça econômica e a mais direitos e oportunidades iguais para todos deve continuar.”, Thomas Piketty, autor do best-seller O capital no século XXI

As grandes mudanças econômicas e tecnológicas que ocorrem a partir de 1870 possibilitaram que a humanidade começasse a emergir de séculos de pobreza e a lançasse em um crescimento econômico nunca antes visto na história. As previsões eram que este novo poder seria usado para construir uma utopia, mas não foi o que aconteceu. Quando o período de 1870 a 2010 terminou, a humanidade se viu diante de eventos como o aquecimento global, depressão econômica, desigualdade social e uma rejeição generalizada do status quo.

Na obra O longo caminho para a utopia, lançada no Brasil pelo selo Crítica da Editora Planeta, J. Brandford DeLong revisita o que ele chama de “o longo século XX” – que abrange os anos entre 1870 a 2010 – para entender como este momento histórico não foi uma marcha para a direção do progresso, mas sim, o início de uma longa jornada na direção certa. Um dos principais economistas do mundo, o autor acredita que os 140 anos que abrangem este período foram os que trouxeram maiores impactos e consequências entre todos os vividos pela humanidade.

Segundo DeLong, este é o primeiro século em que o fio histórico mais importante é o chamado fio econômico, já que foi neste período que se colocou um fim a quase pobreza material universal. “As coisas mudaram por volta de 1870. Foi quando surgiram as instituições para organização e pesquisa e as tecnologias – conseguimos a globalização plena, o laboratório de pesquisa industrial e a corporação moderna. Essas foram as chaves. Elas abriram o portão que até ali aprisionava a humanidade na extrema pobreza. Do outro lado do portão, surgiu a trilha para a utopia. E tudo de bom deveria ter se seguido a partir disso.”, escreve DeLong no texto de introdução da obra.

Ao longo das páginas, o economista narra como no decorrer dos anos coisas boas foram geradas, mas também muita coisa ruim. Do mesmo modo que as pessoas puderam se organizar para superar problemas e obstáculos, gerarem renda e ascenderem socialmente, elas também passaram a usar tecnologias para manipular a natureza e se organizarem para explorar, dominar e tiranizar povos, uma vez que os piores e mais sanguinários episódios conhecidos da humanidade ocorreram durante o século passado. A partir deste resgate histórico, DeLong propõe compreender o motivo de 150 anos e inúmeras revoluções tecnológicas depois a humanidade ainda não ter alcançada a tão sonhada utopia.

Didático e com um profundo rigor aos detalhes, O longo caminho para a utopia retorna o olhar para a importância econômica dos acontecimentos ocorridos durante o “longo século XX”, buscando tirar as lições necessárias para a construção de um mundo melhor. Afinal, nas palavras de J. Bradford DeLong, “Já se passaram 150 anos. Não chegamos ao fim da trilha que leva à utopia. Ainda estamos caminhando – talvez, já que não conseguimos mais enxergar com clareza o fim dela, ou até mesmo para onde ela leva. O que deu errado?”

FICHA TÉCNICA

Título: O longo caminho para a utopia

Autora: J. Bradford DeLong

Tradução: Diego Franco Gonçales

Revisão técnica: Marco Antonio Rocha

Páginas: 544 p.

Preço livro físico: R$119 ,90

Selo Crítica, Editora Planeta

SOBRE O AUTOR

J. Bradford DeLong é historiador de economia e professor de Economia na Universidade da Califórnia, Berkeley. Durante o governo do presidente Bill Clinton, DeLong foi vice-secretário adjunto do Tesouro dos Estados Unidos. Atualmente, também escreve textos para seu blog de economia, Grasping Reality, em www܂braddelong܂substack܂com. Este é seu primeiro livro pelo selo Crítica.

SOBRE O SELO CRÍTICA

Criado na Espanha, em 1976, e disponível no Brasil desde 2016, o selo Crítica é conhecido pela qualidade de seus títulos na área de história, ensaios e divulgação científica. Niall Ferguson, Mary Beard, Miguel Nicolelis, Noam Chomsky e Antony Beevor estão entre os principais autores no Brasil.

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