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| Foto: Divulgação |
“A autora de Descolonizando afetos tem raízes profundas na tradição de seu povo Guarani. Contrariando o propósito missionário, as tekoas (as aldeias guaranis) carregam consigo o espírito livre. Liberdade de viver sem senhor, com seus próprios modelos de sociabilidade, nos quais afetos não se cristalizam em propriedade.”
- Ailton Krenak, pensador, ambientalista e escritor da etnia indígena Krenak.
Ativista indígena Guarani, psicóloga e escritora, Geni Núñez disserta sobre a sexualidade dos povos originários e suas pluralidades na obra Descolonizando Afetos, lançada pelo selo Paídos da Editora Planeta. A obra conta com prefácio de Ailton Krenak, uma das maiores lideranças indígenas do país, e posfácio da cacique guarani Juliana Kerexu, coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. A capa é baseada em uma arte de Denilson Baniwa, indígena do povo Baniwa e um dos artistas contemporâneos mais importantes da atualidade.
Misturando a escrita técnica com a poética, Geni resgata as raízes da tradição do povo Guarani, desvelando memórias das relações entre gêneros dos povos originários. A obra é dividida em três partes, sendo a primeira um compilado de pesquisas que expõem como a colonização europeia afetou a forma de se relacionar e os impactos que os valores cristãos tiveram na sociedade contemporânea. Na segunda parte, desmitifica equívocos comuns a respeito da não monogamia. Já na última parte, traz reflexões que acolhem pessoas que desejam vivenciar diferentes formas de amar.
Em uma das passagens, a escritora discute o conceito de família na atualidade, no qual a persistência em um casamento é vista como um sucesso e a separação como uma derrota. Esse pensamento faz com que muitos casais permaneçam juntos, apesar da infelicidade, apenas para manter as aparências. “O ideal de que família perfeita é aquela que permanece junto no casamento a despeito da qualidade dos vínculos é reforçado pela pressão social que coloca o ‘fim’ das relações como um sinal de fracasso e que nomeia famílias que fogem à norma como “desestruturadas”, escreveu Geni.
Descolonizando afetos é um livro patrimônio. Geni mistura a bagagem acadêmica e as tradições dos seus antepassados para conversar, de forma poética e acolhedora, com as leitoras e os leitores. Ela traz a voz dos povos originários que, por muito tempo, esteve calada. “O olhar sobre um mundo de pensamentos, jeitos e modos de ser diferentes sempre existiu em nosso povo, com respeito e amor. Sempre estivemos em luta e é assim que permanece o viver do povo Guarani, o Nhandereko”, escreve Juliana Kerexu no posfácio.
FICHA TÉCNICA:
Título: Descolonizando afetos
Autora: Geni Núñez
ISBN: 978-85-422-2379-8
192 páginas
R$ 51,90
Selo Paídos | Editora Planeta
EVENTOS DE LANÇAMENTO
Flip | Paraty/RJ
Dia 24/11, sexta, às 17h na Casa Poéticas Negras
Dia 24/11, sexta, às 14h na Casa Estante Virtual
Dia 25/11, sábado, às 18h na Casa Philos
São Paulo
Dia 05/12 às 19h no Sesc 24 de maio (R. 24 de Maio, 109 - República, São Paulo/SP)
Abertura musical de Anélita Núñez e Jeff Nefferkerturu e bate-papo da autora com Deivison Nkosi e Sofia Menegon
SOBRE A AUTORA
Geni Núñez é ativista indígena Guarani, psicóloga e escritora. Tem doutorado no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mestrado em Psicologia Social (UFSC) e graduação em Psicologia. É membro da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e coassistente da Comissão Guarani Yvyrupa (CGY).
SOBRE A EDITORA
Fundado há 70 anos em Barcelona, o Grupo Planeta é um dos maiores conglomerados editoriais do mundo, além de uma das maiores corporações de comunicação e educação do cenário global. A Editora Planeta, criada em 2003, é o braço brasileiro do Grupo Planeta. Com mais de 1.500 livros publicados, a Planeta Brasil conta com nove selos editoriais, que abrangem o melhor dos gêneros de ficção e não ficção: Planeta, Crítica, Tusquets, Paidós, Planeta Minotauro, Planeta Estratégia, Outro Planeta, Academia e Essência.
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