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quinta-feira, 31 de março de 2022

Filarmônica de Minas Gerais recebe Lucas Thomazinho

Pianista participa do concerto
Foto: Heloísa Bortz
Neste sábado (2) às 18h, na Sala Minas Gerais, o jovem pianista brasileiro Lucas Thomazinho executa as famosas Variações Sinfônicas e o quase poema sinfônico Les Djinns do belga César Frank, na celebração de 200 anos de nascimento do compositor. A peça de Debussy que, historicamente, dá início ao século XX serve de contraste ao charme das Valsas de Dvorák e às danças populares do Sul da Alemanha, vistas pelo prisma do britânico Elgar. A regência é do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais. Neste ano, inspirada nas letras do alfabeto, a Filarmônica de Minas Gerais explora o repertório sinfônico trazendo as imensas possibilidades existentes de A a Z, na série “Fora de Série”, realizada aos sábados. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala Minas Gerais. A capacidade da Sala é de 1.493 lugares.

De acordo com Nota Técnica do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte, publicada no site da PBH em 16/3/22, não é mais necessária a apresentação do comprovante de vacinação e de teste negativo para Covid-19 para acesso à Sala Minas Gerais. O uso permanente de máscara segue obrigatório, e o Café da Sala estará aberto. Veja mais orientações no “Guia de Acesso à Sala”, no site da Orquestra: fil.mg/acessoasala.

Este projeto é apresentado pelo Ministério do Turismo e Governo de Minas Gerais, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Patrocinadores: Supermix e ArcelorMittal. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo do Estado de Minas Gerais, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.

Maestro Fabio Mechetti, diretor artístico e regente titular

Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro.

Ao ser convidado, em 2014, para o cargo de Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, Fabio Mechetti tornou-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito.

Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.

Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Na Finlândia, dirigiu a Filarmônica de Tampere; na Itália, a Orquestra Sinfônica de Roma e a Orquestra do Ateneo em Milão; e na Dinamarca, a Filarmônica de Odense.

No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.

Em 2022 fez sua estreia com a Orquestra Filarmônica do Teatro Colón, em Buenos Aires, e pela primeira vez vai reger a Orquestra Sinfônica da Colômbia, em Bogotá.

Lucas Thomazinho, piano

Finalist Prize no XIX Santander International Piano Competition (Espanha), Lucas Thomazinho já recebeu mais de uma dezena de prêmios no Brasil, Portugal, Estados Unidos e Alemanha. Nascido em 1995, ganhou seu primeiro concurso aos nove anos de idade. Desde o início de seus estudos, Lucas Thomazinho foi bolsista na Fundação Magda Tagliaferro, sendo aluno dos professores Zilda Candida dos Santos, Armando Fava Filho e Flavio Varani. Em 2019, concluiu o bacharelado em Música na Universidade de São Paulo (USP), onde foi orientado pelo pianista Eduardo Monteiro. Em 2021, tornou-se Mestre no New England Conservatory, na classe dos professores Wha Kyung Byun e Alessio Bax, com bolsa oferecida pela Sociedade de Cultura Artística. Thomazinho já atuou como solista com diversas orquestras, como a espanhola Sinfônica da RTVE, a portuguesa Filarmonia das Beiras, as sinfônicas do Estado de São Paulo, de Campinas, de Porto Alegre, a Experimental de Repertório e a Filarmônica de Minas Gerais. Como recitalista, já se apresentou na Sala São Paulo, Casa da Música (Portugal), Masp, Sala Cecília Meireles e outros. Em 2017, lançou seu primeiro álbum pelo selo KNS Classical.

Repertório

Claude Debussy (Saint-Germain-en-Laye, França, 1862 – Paris, França, 1918) e a obra Prelúdio para "A tarde de um fauno" (1891/1894)

Se revoluções podem chegar suaves como o sopro de uma flauta, o Prelúdio para “A Tarde de um fauno” de Claude Debussy é a prova cabal disto. A partitura imaginada por ele é moderna, ligeiramente nebulosa, sedutora, de harmonia indescritível e tonalidades ambíguas. Trata-se de um verdadeiro banquete sonoro transcendental. Sobre ela, Debussy escreveu: “A música deste Prelúdio é uma ilustração muito livre do belo poema de Stéphane Mallarmé. Ela não reivindica ser uma síntese dos versos, mas sim uma sucessão de cenas pelas quais os desejos e sonhos do fauno avançam no calor de uma tarde. Então, exausto de perseguir o caminho por medo das ninfas e náiades, ele abandona a si mesmo em um sono inebriante, cheio de sonhos, e finalmente percebeu-se em plena posse no meio da natureza universal”. A estreia deixou a todos deslumbrados, tanto que os parisienses que estavam na Société Nationale de Musique naquele dia 22 de dezembro de 1894 insistiram para que a obra fosse imediatamente repetida.

Antonín Dvorák (Nelahozeves, República Tcheca, 1841 – Praga, República Tcheca, 1904) e a obra Valsas de Praga (1879)

Durante sua vida criativa, Antonín Dvorák transitou em todos os formatos possíveis. A saúde emocional, aliada a uma simplicidade interiorana, fizeram dele um compositor completo e prolífico. Seu talento ganhou a atenção do alemão Brahms, que o elogiou em carta para seu editor em Berlim, Fritz Simrock: “como um editor, você ficará muito satisfeito com a sua picância. Dvorák escreveu todos os tipos de coisas: óperas, sinfonias, quartetos, peças para piano. Decididamente, um rapaz muito talentoso. Além disso, pobre. Por favor, leve isso em consideração”. Tal carta estabelecera mudança definitiva na carreira do jovem de Nelahozeves, bem como indicava os laços já existentes de uma forte amizade. Desde então, uma série de trabalhos foram comissionados e recebidos com entusiasmo. Entre os trabalhos encomendados estão as Valsas de Praga, para o baile anual de Národní Beseda, em 28 de dezembro de 1879, em Praga. Finalizada em 12 de dezembro, a obra pertence ao vasto grupo de trabalhos de Dvorák que ainda merece investigação.

César Franck (Liège, Bélgica, 1822 – Paris, França, 1890) e a obra Les Djinns (1884)

Na história da música, diferentes padrões são percebidos no desenvolvimento de compositores. Figuras como Mozart, Schubert e Mendelssohn viveram de forma precoce seu momento mais importante. Beethoven e Brahms tornaram-se mais introspectivos com o passar da idade. Ives e Sibelius, por exemplo, perderam a chama criativa após anos de intensa produção. César Franck exemplifica um desenvolvimento totalmente diferente. Todos os trabalhos que fazem dele um grande compositor foram produzidos nos últimos doze anos de sua vida. Ao contrário do que se poderia inferir, esta coleção de trabalhos é carregada de alegre vitalidade, inventividade e jovialidade. Criado de uma só vez no verão de 1884, o poema sinfônico Les Djinns é baseado em um poema de Victor Hugo. Os djinns são pequenas criaturas aladas existentes no mundo dos contos de fadas árabes e que emergem das catacumbas e preenchem o ar com seus gritos aterrorizantes. O ponto alto dos treze minutos de Les Djinns é a escrita pianística. Como comentou Alfred Cortot: “Sem tentar prender a atenção, sem tornar pesada a marcha do discurso musical (...), acrescentando simplesmente à orquestra o recurso de um elemento sonoro e poético, a riqueza de um timbre suplementar, o piano se mistura com a ação musical, participando com infinita leveza das suas modulações de sentimento (...)”.

César Franck (Liège, Bélgica, 1822 – Paris, França, 1890) e a obra Variações Sinfônicas (1885)

Ao lado da Sinfonia em ré menor, as Variações Sinfônicas é a obra de César Franck mais frequentemente executada em concertos. A partitura apresenta aspectos bastante inovadores. A relação piano/orquestra é um verdadeiro trabalho em conjunto, distribuído entre partes iguais. O efetivo orquestral é surpreendentemente leve, com uma participação bastante orgânica do piano, embora desempenhando papel privilegiado. A estreia aconteceu em maio de 1886, em Paris, na Sociedade Nacional de Música, sob a regência do compositor e tendo como solista o pianista Louis Diémer, a quem foi dedicada. 

Edward Elgar (Broadheath, Inglaterra, 1857 – Worcester, Inglaterra, 1934) e a obra Três danças bávaras (1895, revisão 1896)

Durante a década de 1890, a Baviera foi o destino de várias férias da família Elgar. Edward Elgar, particularmente, adorava a atmosfera relaxada do campo, o catolicismo, a dança local Schuhplattler. Em 1895, inspirado pela região, ele escreveu uma suíte de seis canções corais intitulada Scenes from the Bavarian Highlands, op. 27. O trabalho foi orquestrado posteriormente, e Elgar arranjou três das canções em uma nova suíte orquestral, Três danças bávaras. Nela, seu amor pela Baviera fica explícito pela exuberância das peças. A primeira parte, intitulada A dança, revive locais visitados, como uma hospedaria em Sonnenbichl. A segunda dança chama-se Canção de ninar e introduz a vila montanhosa de Hammersbach. A terceira dança, chamada Os atiradores, faz menção à cidade de Murnau am Staffelsee.

Programa

Fora de Série – de Debussy a Franck

2 de abril – 18h

Sala Minas Gerais

Fabio Mechetti, regente

Lucas Thomazinho, piano

DEBUSSY            Prelúdio para “A tarde de um fauno”

DVORÁK             Valsas de Praga

FRANCK                       Les Djinns

FRANCK                       Variações Sinfônicas

ELGAR              Três danças bávaras

INGRESSOS:

R$ 50 (Coro), R$ 50 (Terraço), R$ 50 (Mezanino), R$ 65 (Balcão Palco), R$ 86 (Balcão Lateral), R$ 113 (Plateia Central), R$ 146 (Balcão Principal) e R$ 167 (Camarote).

Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.

Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.

Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

Bilheteria da Sala Minas Gerais

Horário de funcionamento

Dias sem concerto:

3ª a 6ª — 12h a 20h

Sábado — 12h a 18h 

Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:

— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana 

— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado 

— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo

Cartões e vale aceitos:

Cartões das bandeiras American Express, Elo, Hipercard, Mastercard e Visa.

Vale-cultura das bandeiras Ticket e Sodexo.

Sobre a Orquestra

A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação. Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas. O grupo recebeu numerosos menções e prêmios, entre eles o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano. O CD Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, lançado em 2020 pelo selo internacional Naxos em parceria com o Itamaraty, foi indicado ao Grammy Latino 2020. A premiação dada pela Revista Concerto teve como tema “Reinvenção na Pandemia” e destacou as transmissões ao vivo de concertos realizadas pela Filarmônica em 2020, em sua Maratona Beethoven, e ações educacionais como a Academia Virtual.

Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, os Clássicos na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto. Além disso, desde 2008, várias cidades receberam a Orquestra, de Norte a Sul, passando também pelas regiões Leste, Alto Paranaíba, Central e Triângulo.

A Orquestra possui 9 álbuns gravados, entre eles dois que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty, com obras dos compositores brasileiros Alberto Nepomuceno e Almeida Prado. O álbum de Almeida Prado, lançado em 2020, foi indicado ao Grammy Latino de melhor gravação de música erudita. A Sala Minas Gerais, sede da Orquestra, foi inaugurada em 2015, em Belo Horizonte, tornando-se referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico e uma das principais salas de concertos da América Latina. A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Orquestra vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.

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