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quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Entrevista exclusiva com a super-baixista Ariane Cap

Simpática e talentosa, Ariane posa
para foto após o show em BH
Foto: Arquivo Pessoal
Por: Ricardo Bello

A talentosa austríaca Ariane Cap é baixista, pianista e compositora. Foi destaque na capa de julho de 2019 da Bass Player Magazine como uma das quatro vencedoras da pesquisa “Os mais baixistas mais quentes da cena”. 

Ari, como é conhecida pelos colegas artistas, esteve no Brasil para uma série de shows ao lado de outro ícone da música instrumental,o baixista Stuart Hamm, que já tocou em álbuns consagrados de Joe Satriani e Steve Vai. Tive o prazer de conhece-la após a sua performance em Belo Horizonte no Sesc Palladium. Confira o bate-papo exclusivo, onde ela fala um pouco de sua vida,carreira e dá dicas para músicos iniciantes:

Revista de Cultura: Quando começou a tocar? Sua família apoiou quando decidiu ser uma artista?

Ariane Cap: Toco música desde muito pequena. Piano foi meu primeiro instrumento. Minha mãe e meu irmão tocavam em casa, eu amava música e queria aprender! Meu avô era maestro e minha mãe sentava-se comigo no piano para praticar a maioria dos dias. Seu compromisso realmente me ajudou a começar. Sou de uma família de cientistas, portanto, fazer arte para viver não foi realmente levado a sério. Obedientemente, fui para a universidade e terminei meu mestrado em biologia, mas minha paixão era pela música. Eles não foram realmente capazes de entender o que eu estava tentando fazer da minha vida e por quê, mas eles me apoiaram independentemente e eu serei eternamente grata por isso.

Revista de Cultura: Você toca outros instrumentos além do baixo?


Ariane Cap: Piano, um pouco de flauta. Foi útil poder dobrar os instrumentos, por isso recomendo que você se ramifique em outros instrumentos. Especialmente o piano porque é tão bem visual - codificado por cores, basicamente! Aprender outros instrumentos também me ajudou a entender como os outros instrumentistas pensam. Comprei uma bateria  há um tempo. Eu me envolvo aqui e ali, novamente, pelo principal motivo para entender como um baterista pensa. É útil para canais!

Revista de Cultura: Que tipo de música você gosta de ouvir?


Ariane Cap: Todos os tipos. Do clássico ao funk, pop, rock… Alguns dos meus músicos favoritos são:  Bruce Hornsby, The Flecktones e Sting. O Jacob Collier me fascina e aprecio muito a criatividade que está acontecendo nos dias de hoje no Youtube. Projetos como Snarky Puppy, The Lydian Collective, Knower, Jukebox pós-moderno e Dirty Loops são inspiradores! Hoje precisamos de uma quantidade mínima de ferramentas para trazer nossas idéias ao mundo. Isso realmente abre o palco!

Revista de Cultura: Existem mais artistas em sua família ou apenas você?


Ariane Cap: Só eu, sério. Minha mãe é tocadora de hobby e adora música, assim como meu irmão. Eu tenho uma família pequena para começar. Gostaria que alguém tivesse me mostrado pop, funk, rock etc. quando eu estava crescendo. Eu cresci principalmente com música clássica, o que é uma ótima base, no entanto. As linhas de baixo de Bach estão girando em minha mente o tempo todo. Não tenho o que reclamar...


Revista de Cultura: O que você diria aos fãs que gostariam de ser baixistas como você?


Ariane Cap: Encontre um método abrangente e passo a passo e siga-o. Um bom método compreende técnica, teoria, ritmo e Groove, leitura e repertório. Esteja aberto a todos os estilos de música e pratique o treinamento auditivo regularmente. Mantenha a mente aberta, mergulhe fundo quando as coisas ficarem difíceis, continue. A distração é seu maior inimigo - fique de olho no prêmio e você chegará lá. Além disso, aprenda não apenas com baixistas, aprenda com músicos de todos os tipos.

Revista de Cultura: Quando você volta ao Brasil?


Ariane Cap: Eu adoro o Brasil. Eu daria uma volta por aí e voltava. As pessoas são muito calorosas e apaixonadas por música. Esta foi a minha segunda viagem. Minha primeira vez foi em 2014 com Generation Esmeralda como baixista da banda. Vijazz com Sergio Lopes e sua equipe convidaram a banda e foi uma viagem maravilhosa! Dessa vez, Vijazz me identificou como um artista promissor e foi uma grande honra tocar para eles com meu próprio programa de baixo solo. Isso é algo eclético, baixo solo! Fiquei honrado em poder trazer meu amigo Stuart Hamm comigo nessa turnê. Ele é um monstro e nos divertimos muito. Muitos baixistas brasileiros vieram nos encontrar, foi uma explosão!

Revista de Cultura: Conte como surgiu o seu método de ensino On-line...


Ariane Cap: Em 2015, publiquei meu primeiro livro chamado Music Theory for the Bass Player. Vi uma necessidade deste livro porque não havia nada parecido no mercado. Escrevi para o baixista que já conhece algumas músicas e pode tocar, mas quer ir para o próximo passo e entender acordes e coisas assim, para que eles possam criar suas próprias linhas de baixo. Esse tipo de músico já entende mais sobre teoria do que imagina porque as formas da teoria musical aparecem nas músicas o tempo todo. Então, eu queria capacitá-los, ensinando a teoria da música de forma puramente moldada no braço da guitarra. A leitura é obviamente uma habilidade importante para o baixista, mas a leitura é muito mais fácil se você entender a teoria primeiro. O livro se tornou um enorme sucesso e eu o acompanhei em vários cursos on-line. Você pode encomendar o livro com frete grátis em todo o mundo pelo site bookdepository.com ou na amazon. Eu também tenho um blog e meus cursos em arisbassblog.com  

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