Translation

sexta-feira, 22 de março de 2019

Celui Qui Tombe - aquele que cai - faz duas apresentações em BH

Montagem fica em cartaz no grande teatro do Sesc
 Palladium - Foto: Géraldine Aresteanu
Corpos que se inclinam, giram e se elevam. Uma instabilidade constante que exige força e concentração. Movimentos que desenham uma beleza involuntária, ao mesmo tempo sincronizada, em busca de manter um equilíbrio que, aos olhos do público, chega a ser impossível. Dança, novo circo, acrobacia e teatro físico se unem na montagem Celui Qui Tombe – “Aquele que Cai” - do coreógrafo, bailarino e acrobata francês Yoann Bourgeois, que estará em cartaz em Belo Horizonte, nos dias 06 e 07 de abril (sábado, às 21h, e domingo, às 19h), no Grande Teatro do Sesc Palladium.

Na montagem, que, durante sua turnê pelo Brasil, também se apresentará no Festival de Curitiba e no Sesc Pinheiros em São Paulo, cinco atores/bailarinos se movimentam em uma plataforma de madeira giratória suspensa - de seis metros por seis metros -, que desce, se inclina, roda, balança e se eleva, com uma única instrução: manterem-se de pé. Sem controle do que acontece, os bailarinos se rendem ao movimento em busca de formas, tanto individual quanto coletiva, e se relacionam com a força gravitacional existente. Perante a instabilidade, corpos sobem, penduram-se e caem, juntos e separados, como numa dança pela sobrevivência. Um universo infinito de possibilidades em busca de alcançar o topo da suspenção do corpo.

Ao invés de iniciar o movimento, cada um deles reage a ele. Assim como em quase todos espetáculos de Yoann Bourgeois, conhecido por criar em seus shows como um jogo para experimentar novos princípios físicos, nesta montagem, os bailarinos trabalham contra forças centrífugas e centrípetas, tentando manter o equilíbrio, evitando ser o que cai (Celui Qui Tombé), tornando o espetáculo fascinante e esclarecedor, ágil, arrojado e com grande força poética.

Em sua turnê Sulamericana 2019, além de Belo Horizonte, a montagem se apresentará em Bogotá (Colômbia), no Festival de Teatro de Curitiba e em São Paulo. Na capital mineira, o espetáculo integra a Temporada Pólobh 2019 e conta com o apoio do Sesc em Minas, além do Institut Français de Paris e da Embaixada da França do Brasil em Minas Gerais.

Processo de criação

 “Com este projeto, eu queria aprofundar um certo tipo de teatro, exagerando uma situação onde existe uma relação de forças. Eu desenvolvi a cenografia de uma simples plataforma manipulada por vários mecanismos (balanceada, pendurada, manipulada por uma força centrífuga). Cinco pessoas - uma espécie de humanidade mínima - estão na plataforma e tentam permanecer de pé. Eles reagem às restrições físicas sem dar início ao próprio movimento, e é dessa briga entre sua massa e essa ou aquela força que a situação emergirá. A multiplicidade de princípios físicos em jogo resulta em uma multiplicidade de situações. Essas situações são especiais porque são polissêmicas. Eu procuro colocar meu teatro na crista pontiaguda onde a coisa aparece”, explica Yoann Bourgeois, conhecido pelo  gênero teatral singular, sustentado por intensas pesquisas.

“Há alguns anos já, desde a estreia de Cavale, temos buscado, dentro da Companhia, uma teatralidade singular que encontre ou busque suas origens naquilo que nos pareça um material circense. A esse status distintivo de presença eu dei o nome de ‘ator-vetor’. O material baseado no circo a que me refiro é o encontro do corpo / força enquanto dupla. Considerando que a força primária é a gravidade, o homem é colocado repentinamente no mesmo nível do objeto, já que ambos são submetidos a ela da mesma maneira. Esse é o ponto crucial de minha pesquisa: finalmente oferecer uma representação do homem em que ele não esteja mais no ‘centro’. É por isso que, no meu teatro, o homem é mais um vetor do que um ator. Esse status distinto do homem é para mim uma fonte inesgotável de drama: L'Homme traversé. (O Homem cruzado ou o Homem transverso). É também um lugar de questionamento.”

O espetáculo, viabilizado em parceria com o Centre Choreógraphique de Grenoble, Institut Français de Paris, Embaixada da França do Brasil, Sesc SP e Festival de Teatro de Curitiba, em Belo Horizonte tem realização do Ministério da Cidadania e Governo Federal e Correalização do Sesc em Minas e dá continuidade à edição 2019 da Temporada Pólobh que assegura a circulação, em Minas Gerais, de grandes nomes das artes do Brasil e do Mundo, com produção executiva local da Pólobh, patrocínios locais do Instituto Unimed-BH, Pottencial Seguradora, MIP Engenharia e Banco BS2, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Localiza, como locadora oficial, parceria estratégica com o Jornal O Tempo, promoção exclusiva da Rádio Alvorada e apoio da Fredizak, HBA e SouBH.


Celui Qui Tombe, de Yoann Bourgeois
Data: 06 e 07 de abril (sábado, às 21h, e domingo, às 19h)
Local: Grande Teatro do Sesc Palladium
Ingressos: Plateias I e II – R$ 120,00 (inteira) | R$ 60,00 (meia entrada)
Plateia III – R$ 75,00 (inteira) | R$ 37,50 (meia entrada)
Duração: 65’
Classificação: Livre
Informações: (31) 3270-8100

FICHA TÉCNICA
  • Concepção, direção e encenação: Yoann Bourgeois
  • Assistência Artística de Criação: Marie Fonte

  • Intérpretes:
    • Julien Cramillet
    • Jean-Yves Phuong
    • Sarah Silverblatt-Buser
    • Marie Vaudin
    • Francesca Ziviani

  • Trabalho de voz:
    • Caroline Blanpied
    • Jean-Baptiste Veyret-Logerias

  • Iluminação: Adèle Grèpinet
  • Som: Antoine Garry
  • Figurinos: Ginette / Sigolène Petey
  • Direção Técnica: David Hanse.
  • Técnica de Luz: Julien Louisgrand.
  • Técnico de Som: Benoit Marchand
  • Direção de palco: Alexis Rostain.
  • Produção executiva: CCN2 - Centro Nacional de Coreografia de Grenoble - Direção: Yoann Bourgeois e Rachid Ouramdane.
  • Coprodução: Compagnie Yoann Bourgeois - MC2: Grenoble - Bienal da dança de Lyon - Teatro de la Ville, Paris - Maison de la Cultura de Bourges - L’hippodrome, Scène Nationale de Douai - Le Manège de Reims, Scène Nationale - Le Parvis, Scène Nationale de Tarbes Pirineus - Théâtre du Vellein - La brèche, Pôle nacional das artes do círculo da Baixa Normandia / Cherbourg-Octeville e Teatro Nacional da Bretanha – Rennes. Com o apoio de Adami. Spedidam Yoann Bourgeois é apoiado pela Fondation BNP Paribas
  • Coordenação Internacional e Pré-Produção/Brasil: Julia Gomes.

O CCN2 é financiado pela Drac Auvergne - Rhône-Alpes / Ministério da Cultura e Comunicação Grenoble-Alpes Métropole, Departamento de l’Isère, Région Auvergne - Rhône-Alpes e apoiado pelo Instituto Francês para turnês internacionais. ©Géraldine Aresteanu. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário