Fred Frith é uma das grandes atrações do evento no Sesc Foto: Heike Liss |
O jazz envolve plateias (e as amplia) desde seu surgimento, em meados do século XIX no Mississipi, sudeste dos Estados Unidos.
Marcado pela improvisação e o swing, o ritmo, que tem suas raízes na música negra, se expandiu e conquistou o mundo, absorvendo culturas e fundindo-se com outros gêneros.
Sempre prezando a liberdade artística, ele está presente na programação do Sesc São Paulo desde a década de 1980 e, de 14 de agosto e 2 de setembro, ganha ainda mais visibilidade no estado de São Paulo com o Sesc Jazz, que apresenta ao público 22 atrações musicais nacionais e internacionais.
Ao longo de três semanas, as unidades Pompeia, Araraquara, Birigui, Campinas, Jundiaí, Piracicaba, Ribeirão Pretoe Sorocaba recebem shows de artistas que apresentam um panorama da rica produção do universo jazzístico mundial, representado por nomes consagrados e outros em ascensão de países como Estados Unidos, Espanha, Itália, Canadá, Azerbaijão, Chile, Cuba, Congo, Noruega, Portugal e Brasil. Enquanto os Centros de Música do Sesc, nas unidadesConsolação e Vila Mariana, e o Centro de Pesquisa e Formação recebem atividades formativas com artistas e críticos musicais.
Segundo o Diretor Regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, “o Sesc Jazz conecta-se à missão do Sesc em contribuir com a formação e a expansão de plateias e o pensamento artístico e cultural de seu público, oferecendo uma programação abrangente que dialoga entre o clássico e a vanguarda, enquanto promove também a circulação de músicos nacionais e internacionais pelo interior do estado”.
A programação abarca vertentes e fusões do estilo com a música erudita, blues, funk, soul, r&b, pop, rock, hip-hop, música eletrônica, samba, choro, gafieira e outras expressões regionais dos países participantes. Busca expandir esses múltiplos universos e entender como essa música, oriunda da diáspora negra, assume várias faces em cada lugar onde é interpretada. Caso do pianista do Azerbaijão Isfar Sarabski, que vem pela primeira vez ao Brasil com seu jazz-mugham, ritmo que mistura jazz e improviso persa/iraniano; dos congoleses do Jupiter & Okwess, do pianista italiano Stefano Bollani, do quinteto norueguês Time Is a Blind Guide ou do veterano cubano Omar Sosa.
Entre os representantes da história do gênero, um dos ícones do jazz avant-garde, o saxofonista americano Archie Shepp reúne-se com o percussionista Kahil El Zabar e os músicos do Ritual Trio para um tributo a John Coltrane. Também sobem aos palcos o compositor, saxofonista e flautista norte-americano Henry Threadgill, vencedor de um Pulitzer em 2016, e o guitarrista James "Blood" Ulmer, que ao lado da Memphis Blood Blues Band recebe a participação especial de Vernon Reid.
Da nova geração, comparecem o pianista Jason Lindner, que participou do último disco de David Bowie, Blackstar (2016), pelo qual ganhou dois prêmios Grammy, o guitarrista, arranjador e compositor paulistano Lourenço Rebetez e seu mix entre jazz contemporâneo e tradições afro-brasileiras, além do pianista paraibano Salomão Soares, cujo trabalho alterna releituras de clássicos brasileiros e composições autorais.
Compõem a lista dos nacionais: Dom Salvador e seu sexteto, que prometem uma aula de samba-jazz com a perfeita intersecção entre as criações norte-americanas e a levada sincopada da música brasileira; o coletivo Dorival, formado por Tutty Moreno, Rodolfo Stroeter, André Mehmari e Nailor "Proveta" Azevedo, que homenageia a obra de Dorival Caymmi com acentos jazzísticos; a big band mineira Iconili e o septeto Itiberê Zwarg & Grupo, lançando o disco Intuitivo pelo Selo Sesc.
Há de se destacar também a participação feminina do lineup, representada pela cantora espanhola Buika, de volta ao Brasil com sua mescla de jazz, flamenco, soul e ritmos africanos; a saxofonista chilena Melissa Aldana, primeira mulher e primeira sul-americana a conquistar a Thelonious Monk International Jazz Saxophone Competition, em 2013; a pianista canadense Renee Rosnes e a portuguesa Susana Santos Silva, trompetista que se apresenta ao lado do norte-americano Fred Frith Trio em um show com improviso.
Pelo mesmo caminho, o da improvisação, segue o trompetista norte-americano Charles Tolliver, a dupla Mike Moreno e Guilherme Monteiro, em seu primeiro show autoral, e o pianista norte-americano de origem indiana Vijay Iyer, autor de um dos álbuns de jazz mais elogiados de 2017, Far From Over.
Além das apresentações, a programação do Sesc Jazz oferece também ações formativas, com masterclasses de Charles Tolliver, James “Blood” Ulmer e Vernon Reid, Fred Frith, e Melissa Aldana, um workshop com Isfar Sarabski e Shahriyar Imanov e uma roda de conversa com o jornalista Carlos Calado, as pesquisadoras Inés Terra Brantes e Isabel Nogueira e o maestro Nelson Ayres.
SESC JAZZ
De 14 de agosto a 2 de setembro de 2018
Programação disponível a partir de 19/7 em: SESCP.ORG.BR/SESCJAZZ
Ingressos:
Venda online: a partir das 14h do dia 26 de julho, quinta-feira, pelo Portal do Sesc.
Venda presencial: a partir das 17h30 do dia 27 de julho, sexta-feira, nas bilheterias das unidades do Sesc no Estado de São Paulo.
Limite de 4 ingressos por pessoa.
Sesc Araraquara l R. Castro Alves, 1315 l (16) 3301-7500
Sesc Birigui l Rua Manoel Domingos Ventura, 121 l (18) 3649-4730
Sesc Campinas l Rua Dom José I, 270 l (19) 3737-1500
Sesc Consolação l Rua Dr. Vila Nova, 245 l (11) 3234-3000
Sesc Jundiaí l Av. Antônio Frederico Ozanan, 6600 l (11) 4583-4900
Sesc Piracicaba l Rua Ipiranga, 155 l (19) 3437-9292
Sesc Pompeia l Rua Clélia, 93 l(11) 3871-7700
Sesc Ribeirão Preto l Rua Tibiriçá, 50 l (16) 3977-4477
Sesc Sorocaba l Rua Barão de Piratininga, 555 l (15) 3332-9933
Sesc Vila Mariana l Rua Pelotas, 141l (11) 5080-3000
Centro de Pesquisa e Formação l R. Dr. Plínio Barreto, 285 l (11) 3254-5600
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