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quarta-feira, 6 de junho de 2018

Felipe de Oliveira lança “Coração Disparado”

Cantor faz única apresentação na
capital mineira - Foto: Divulgação
“Coração Disparado” é o álbum de estreia do cantor e intérprete, Felipe de Oliveira, que será lançado no dia 28 de junho, quinta-feira, às 20h30, no Teatro Bradesco. Produzido com recursos obtidos em uma campanha de financiamento coletivo, o disco traz 11 canções. 

O show de lançamento vai proporcionar à plateia uma experiência que extrapole o sonoro e tangencie o visual, a narrativa e a dramaturgia, associando repertório quase todo inédito, do novo CD, a releituras de grandes compositores. Caetano Veloso, Chico Buarque, Milton Nascimento, Roberto Carlos, Gonzaguinha e Ednardo estão no set list.  Com direção artística do próprio Felipe ao lado de Babaya Morais, no show, o cantor usa cenicamente sua voz andrógina assumindo um eu-lírico que canta a maneira contemporânea de lidar com o amor. “A ideia é provocar uma reflexão política e poética sobre a mediação das relações humanas”, adianta o artista. Felipe de Oliveira se apresenta ao lado dos músicos Marco Aur, André Milagres, Cláudio Kiari, João Paulo Drumond e Julian Tarragô, com direção musical de Barral Lima.

CD “Coração Disparado”
Felipe de Oliveira conta que “Coração Disparado” (Under Discos) é um disco sobre amor, mas numa perspectiva que não é convencional. “As pessoas não vão encontrar nenhuma música romântica, mas, sim, reflexões sobre a mediação das relações amorosas sob várias perspectivas. Algumas apaixonadas, outras pessimistas, outras otimistas, críticas, ácidas, relacionamento abusivo, violência doméstica, ficar com várias pessoas, ficar com uma só, enfim, aprender a amar”, diz. Para o músico,  dentro do amor, as situações e contextos são diversos no disco. “Sobre sonoridade, meu compromisso sempre foi com a música brasileira. Dessa vez, nós nos aproximamos de uma estética mais world music, sem nos prender a um só estilo. Eu classificaria como Nova MPB, embora haja ainda muitas coisas que o conectam à MPB tradicional, que é minha paixão. Acho que nos preocupamos em trabalhar essa dualidade, entre o moderno, mas sem perder as raízes”, adianta.

Estilos como tango, xote, valsa, rock e samba estão no disco e estarão representados no show que se compromete com as identidades culturais brasileiras numa estética que rearranja os ritmos tradicionais. Sobre a escolha do nome do álbum e espetáculo, “Coração Disparado”, Felipe de Oliveira diz que se inspirou em um poema recitado por Maria Bethânia  no show “Drama Terceiro Ato” e na obra de de Adélia Prado, que tem um livro com o mesmo nome. “A palavra disparado tem três significados: o disparo de arma, o disparo de acelerado, e também ousado. Esse disco tem uma sonoridade moderna e original. Ousada, diferente de tudo que eu já havia feito no palco”, explica.

Faixa a faixa, por Felipe de Oliveira

1) Samba da redenção (Dé de Freitas e Guilherme Borges)
Esse é um samba lento, que eu trouxe a proposta de desconstruir. De deixá-lo o menos parecido possível com um samba, mas sem deixar de ser samba. Trouxe a ideia de começar apenas com o surdo, assim como a Bethânia faz na canção Maldição. Depois fomos acrescentando as evoluções. O resultado foi uma música que começa minúscula e termina gigante. Adoro isso! É uma música sobre o que é comum nas relações amorosas. Uma visão ácida sobre o amor. "No nosso sangue a gente não difere. Todo mundo ama. Todo mundo um dia o amor difama".
Videoclipe da música: https://bit.ly/2kzpNQ8

2) Eu sonhei com você (Sérgio Oliveira)
O Sérgio é um grande amigo e compôs essa bossa, que eu sempre quis cantar como tango. Transformamos em algo Piazzola, com citação à El Día Que Me Quieras. Um tango moderno.

3) Xotimamoeiro (Renato Pessoa)
Essa é a única música que não é mineira. O Renato é um compositor de São Paulo, que conheci pela internet e pedi pra gravar essa música. Ela conta a história de dois homens namorando na janela da cozinha, sem que ninguém soubesse. Há um mamoeiro plantado no quintal, que dá vista pra janela. De repente, toda a cidade fica sabendo do romance dos dois. Eles intuem que a única possibilidade é que o mamoeiro contou a fofoca pro vento e o vento espalhou pra cidade. Foi uma música quase toda feita na pós-produção, com programações. Um xote moderno!

4) Chorinho pra não gaguejar (Dé de Freitas e João Vitor Rocha)
Essa foi a primeira música que eu escolhi para o disco. Ela é um samba, mas eu tinha vontade de transformá-la numa buleria, que é um ritmo flamenco, porém de uma forma pop, como a Cássia Eller fez com a música "Nós". Para isso, precisaríamos mudar o compasso. Fizemos vários experimentos e minha ideia original não deu muito certo. Mantivemos a mudança de compasso, mas o arranjo foi para um lado eletrônico! É uma das canções mais ousadas do disco.

5) Fé menina (Deh Mussulini)
Essa não é uma canção inédita. Eu estava montando meu primeiro show quando a Deborah Mussulini lançou o primeiro disco dela. Nosso iluminador e amigo em comum, Lucas Pradino, me mostrou sua obra. Quando eu ouvi “Fé menina” pela primeira vez achei que a Deh tinha escrito pra mim, mesmo sem me conhecer. O arranjo dela é o mais tradicional do disco. Uma música amadeirada, mais próxima à MPB "clássica", com um arranjo simples, mas riquíssimo, apenas com violão e acordeon, dos queridos Julian Tarragô e André Milagres. Essa canção se assemelha muito à canção “O Viajante”, que foi a que me levou ao The Voice Brasil. Se assemelha em ritmo e temática. Por isso, que fiz tanta questão que ela estivesse no disco, mesmo não sendo inédita.

6) Outra história (Pedro Santos)
Mais um samba que transformamos em tango! Conhecia essa música há muitos anos. Já havia cantado em show. É a música mais divertida do disco. Com eu lírico feminino, ela é uma música que tem uma letra cíclica. Termina onde começou. Por isso, resolvi fazer um trecho dela falado, pra explorar esse lado teatral, que eu valorizo.

7) Adeus Maria (Dé de Freitas e João Vitor Rocha)
Essa tornou-se uma vinheta, só de voz e violão. Está no disco para que a parceria entre eu e Dé esteja representada. Foi ele quem tocou violão.

8) A casa dos mil cordões azuis (Dé de Freitas e Guilherme Borges)
Essa também foi uma das primeiras canções escolhidas. Ela é uma canção mal assombrada, de terror. A única com esse caráter no disco. Fala de amor, de uma noiva que foi assassinada. Ela é diferentona, o compasso dela é de cinco tempos. Originalmente, ela se parecia com uma música medieval, de trovador. Fizemos dela um rock. 

9) Noite sem fim (Dé de Freitas e João Vitor Rocha)
Essa foi a única música que foi inteiramente composta pra mim. Eu disse que queria uma música no feminino. O Dé me chegou com um verso pronto e perguntou se eu gostava. Eu aprovei e ele terminou de fazer. Ganhamos um prêmio no Festival Som Plural com essa música. Ela tem uma temática importante. É sobre violência doméstica e relacionamento abusivo. O que acho interessante é que muita gente me diz que acha que sou uma mulher cantando, quando me ouvem pela primeira vez, sem me ver. Sempre achei que, mais sobre o timbre, me diziam também sobre a maneira de cantar, pois eu sou um intérprete homem (coisa rara na música brasileira) que tem como maiores referências cantoras mulheres. Aprendi a cantar com Elis, Bethânia, Gal, Marisa e Elba... Esse disco flerta muito com essa ideia. Tem quatro músicas com eu lírico feminino. O show também. Tem um ato inteiro de canções no feminino. Gosto de aproveitar que sou um cantor gay e tenho uma voz andrógina para brincar com isso. Tudo está permitido quando estou no palco. É teatro. É lúdico. Sou um cantor, mas é como se fosse ator.

10) Cidade (Phil Albuquerque)
Essa música foi gravada à capela, de um jeito único. Em vez de microfonarem minha voz, microfonaram a sala. E gravaram a  reverberação da minha voz. O Henrique (engenheiro de som) me disse: com essa maneira de gravar não tem jeito de fazer pós-produção, nem afinar a voz nem nada. Vai ficar do jeitinho que você cantar. Eu fiquei nervoso, mas adorei isso. Cantar sem nenhuma muleta, de uma maneira totalmente exposta. É um conceito lindo. Afinal, não é um disco de intérprete?

11) Vamos deixar que se misture (Dé de Freitas, João Vitor Rocha e Laura Catarina)
Essa música também tem um looping. A letra é curta e tem uma modulação entre uma repetição e outra. Pode ser repetida quantas vezes sua extensão aguentar. Começa grave e termina explosiva. Achei que seria bonito terminar o disco em aberto, com uma dúvida e a sugestiva frase "meu bem, vamos deixar que se misture”.

Ficha técnica do disco
Intérprete: Felipe de Oliveira - Produção e Direção Musical: Barral Lima / Erick Krulikowski  - Produção Executiva: Barral Lima e Felipe de Oliveira - Arranjo: Barral Lima / Erick Krulikowski / André Milagres / Richard Neves / Julian Tarragô / Pedro Crivelari - Preparação Vocal: Babaya Morais - Produção de A&R: Rodrigo Brasil - Estúdio: Ultra Estúdio - Selo: Under Discos - Piano e Teclados: Richard Neves - Baixo Elétrico: Barral Lima - Guitarra: André Milagres - Teclados: Erick Krulikowski - Bateria: Pedro Crivelari - Acordeon: Julian Tarragô - Engenheiro de Som; Gravação, Edição, Mixagem e Masterização: Henrique Soares - Assistente de gravação: Samuel Souza.

Felipe Oliveira na Web
Videoclipe da música Samba da Redenção: https://bit.ly/2kzpNQ8
Link para ouvir o disco: https://bit.ly/2LIB6Sq

Sobre Felipe de Oliveira
Felipe de Oliveira é cantor e intérprete graduado em Cinema. Além disso, tem uma vivência muito intensa com a dança flamenca o que lhe proporciona uma visão dramatúrgica para seus shows. Estudou canto popular, erudito e estreou seu primeiro show, em 2014, chamado “Histórias do Mundo em Voz e Violão”. Em 2016, participou do programa The Voice Brasil e organizou uma campanha de financiamento coletivo para gravar seu primeiro disco, “Coração Disparado”. O artista recebeu prêmio no Festival Som Plural 2017 e abriu show de João Bosco, no MARTE Festival 2017. Foi selecionado pelo Edital de Ocupação dos Teatros Públicos Municipais de BH, pelo projeto Caixa Acústica 2016, Festival Artesania Sonora 2016, Programa da Música do SEBRAE 2016 e foi convidado a participar, ao lado de importantes artistas mineiros, de show no Grande Teatro do Cine Brasil.

Show de Felipe de Oliveira: “Coração Disparado”
Data/Horário: 28/06, quinta-feira, às 20h30
Local: Teatro Bradesco - Rua da Bahia, 2244, Lourdes, Belo Horizonte - MG
Informações: (31) 3516-1360
Ingresso: R$10,00 (inteira)
Compra online: www.eventim.com.br

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