sábado, 16 de novembro de 2024

Juca Serrado lança "Um Adeus no Cais do Sodré", na Livraria da Travessa Lisboa, Portugal

Foto: Divulgação 

O autor Juca Serrado lança o romance 'Um Adeus no Cais do Sodré', pela editora Gato Bravo, na quinta-feira (21), na Livraria da Travessa Lisboa, Portugal, onde conversa sobre o livro, com apresentação da editora Paula Cajaty e da organizadora do Clube de Leitura Afeto Literário, Patrícia Cerutti, trazendo uma rica narrativa histórica que aborda temas como escravização, ganância e violência, bem como lições sobre generosidade, empatia, esperança e superação.

"Um Adeus no Cais do Sodré'' conta  a história do português Pedro do Ferreira e a vida dos seus familiares, que migraram para Santa Rita, cidade de Minas Gerais. Ambientada no Brasil do fim do século XIX e início do século XX, a obra chama a atenção pelos detalhes, trazendo uma pesquisa cênica muito atenta e minuciosa. O leitor é  transportado para as ruas onde João do Rio viveu, com livrarias e prostíbulos que conviviam na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, por exemplo, bem como por províncias e vilas, como se olhasse um álbum de fotografias conhecidas, cheias de lugares revisitados por memória e afeto.

A narrativa elegante de Juca Serrado remete às fragrâncias e imagens de ambientes frequentados por escritores como Olavo Bilac, Ruy Barbosa e, ao mesmo tempo, às sensações de paz e harmonia da Fazenda Bom Retiro, num tempo em que laços familiares modelam escolhas e atingem destinos. Apesar dos obstáculos e desafios enfrentados pelos personagens, o amor à terra e o respeito à ancestralidade revelam que, na união e na família, a prosperidade faz o seu reinado mais sagrado.

Juca Serrado nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1957. É casado, pai de dois filhos e tem duas enteadas.

Estudou Arquitetura e Economia, e trabalhou no mercado financeiro por mais de uma década. Escreveu para uma revista especializada sobre o mercado financeiro, tendo inúmeras cartas publicadas em jornais. Publicou O Turco (2017), uma visão pragmática sobre a ética e a moral e Sob o olhar do guardião (2019), uma ficção que envolve os segredos da estátua do Cristo Redento do Rio de Janeiro. Um Adeus no Cais do Sodré é o seu terceiro romance, uma saga familiar que une Portugal e Brasil.

PREFÁCIO

Hoje em dia, rotular um livro de “saga” diz muito mais sobre a extensão da obra – os vários volumes que a compõem – do que propriamente sobre o respectivo conteúdo. A sensação é a de que se baniram do mercado editorial as sagas curtas, assim como na área cinematográfica atualmente predomina a produção de séries que se desdobram em vários episódios e intermináveis temporadas. Dispense-se, aqui, o emprego do termo “franquia” que se relaciona a “produtos”. Nada contra, mas qual foi o último “longa-metragem” ou o último “curta” que você assistiu?

Pois Um Adeus no Cais do Sodré é uma saga enxuta. Tendo por autor um bisneto – como é também o suspeito subscritor deste prefácio – do protagonista, uma acurada pesquisa genealógica permeia o drama familiar que tem como ponto de partida uma noite de 1875, em uma Quinta na região do Vizeu, quando o moribundo patriarca Dom Manoel Ferreira pronuncia suas disposições de última vontade quanto à herança que deixaria a seus dois jovens filhos, impondo-lhes a missão de partirem ao Brasil para cuidarem de terras do pai situadas nas Minas Gerais.

Como narra Juca, “a partir dali uma nova etapa começaria na vida dos Ferreira”. A tranquila travessia do Atlântico a bordo do luxuoso Trafalgar, acompanhados de suas esposas, não prenunciava a que ponto chegaria à disputa sucessória que atravessaria gerações. Na ex-colônia escaramuças com a cooptação de capatazes, tabeliães, advogados e autoridades.

O nascimento do protagonista Pedro do Ferreira, as perdas familiares, a convivência do menino branco com os descendentes de escravizados, os primeiros passos profissionais, o ingresso na faculdade de Direito. Para além dos aspectos pessoais e do enredo que ganha ares de um thriller desenvolvido em rico contexto com referências a episódios históricos como a proclamação da República, descrevendo a pujança cultural de um Rio de Janeiro, em cujos cafés se esbarravam com Ruy Barbosa, Olavo Bilac, João do Rio, e moradores faziam piquenique na Ilha de Paquetá aos fins de semana.

No desfecho, a lição de vida, um legado moral, deixado a nosso avô, “Pedrinho”, e uma tocante referência ao anjo da guarda da família Ferreira, o Belarmino Couto: “ou apenas Couto, para os íntimos”. A ele, eu e Juca Serrado demos muito trabalho.

Rio de Janeiro, Julho de 2024.

Helinho Saboya

Ficha Técnica

Título: Um adeus no Cais do Sodré : a saga de Pedro do FerreiraAutor: Juca SerradoEditora Jaguatirica, 2024

Editora: Paula Cajaty

Revisão:  Hanny Saraiva

Projeto gráfico:  Bookexpress

1ª ed. - Rio de Janeiro: Jaguatirica, 2024.

328 p. ; 21 cm.

ISBN 978-85-5662-336-2

1. Romance brasileiro.

Assessoria de Imprensa: Paula Ramagem

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