quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Natália Lebeis mistura poesia, batuque e beats em novo trabalho

Foto: David Pacheco 
Após a repercussão do single de estreia Égua Solta, Natália Lebeis mostra mais uma faceta do seu trabalho com a música 'meucorponuseucorponumeu', uma poesia-concreta cíclica com pitadas de funk, guitarrada indie e toda sorte de barulhinhos eletrônicos e experimentais.

'meucorponuseucorponumeu' é o segundo single de Natália, antes do disco Choque Eletrostático, que chega às principais plataformas de streaming esse mês. Tudo com lançamento via Toca Discos e distribuição da Altafonte Brasil.

Com percussão afiada de Cláudio Brito e guitarra envenenada de Thiago Nassif, 'meucorponuseucorponumeu' poderia facilmente ser uma canção do Arnaldo Antunes. "Eu adoro como a repetição incessante de palavras ou frases é capaz de transformar o seu sentido original e nos sugerir outros significados”.

"É muito massa como a poesia concreta nos provoca. É como uma nuvem que tanto pode ser um cachorro, como um velho ancião. Talvez a música fale sobre relações, mas talvez seja apenas sobre pessoas que se esbarram. Eu curto a possibilidade. Para mim, não interessa conclusão ou definição", contextualiza Natália.

Natália Lebeis, biografia

Nasceu no Rio de Janeiro e começou a carreira no teatro, como parte da cena independente da cidade. A partir daí, começou também a produzir espetáculos e outros projetos artísticos e se apaixonou pela correria dos backstages.

"Ao longo dessa trajetória, produzi inúmeros festivais, mostras, shows e espetáculos e tenho certeza que isso me tornou uma artista mais consciente do meu lugar e das minhas possibilidades no mercado”, ela lembra.

Influências

Natália conta que seu gosto musical foi formado por muitas coisas diferentes. “Já fui grunge, metaleira e fã da Britney Spears, mas o indie rock dos anos 2000 (Libertines, Strokes, White Stripes, Electrelane, Yeah, Yeah, Yeahs, entre outros) me marcou profundamente. Foi quando eu me entendi parte de uma cena”.

"Nessa época comecei a frequentar as casas do grupo Matriz no Rio e me apaixonei pelas bandas que usavam eletrônicos, principalmente sintetizadores, e pelo rock e o punk dos anos 60/70. Depois descobri a música nacional e fui abduzida pela Bossa Nova e todo o movimento musical e de contracultura que surgiu no Brasil dos anos 70 (Tropicalismo, Gal, Caetano, Gil, Jards, Tom Zé, Mutantes)".

A música brasileira atual também chama a atenção da cantora e ela menciona artistas como Ana Frango Elétrico, Jadsa e Maria Beraldo, além de mencionar os trabalhos de Thiago Nassif e Jonas Sá, "que tive a sorte de ter como produtores do meu disco", ela completa.

Texturas e timbres

A artista gosta de explorar a plasticidade nos seus trabalhos, seja a partir da experimentação de sonoridades, texturas, timbres, ou da própria forma como a composição poética pode se construir.

O álbum de estreia, Choque Eletrostático, foi se desenhando a partir desses desejos de provocação da artista.

"Gosto muito das coisas que não se definem facilmente, então, quando no final do processo de gravação, eu, Jonas e Thiago não soubemos definir muito bem o gênero/estilo do disco, eu entendi que o trabalho estava pronto. Acho que o disco tem um pouco de tudo o que eu gosto e sou: sintetizador de pista, refrão chiclete, letras irônicas, barulhinhos experimentais, o funk, rock, MPB, new wave e pop. Isso diz muito sobre eu ter sido uma adolescente que ouvia Nirvana e Madonna. Que gostava de Nightwish à noite e ouvia Vinicius de Moraes de manhã com o mesmo fascínio e tesão".

Álbum de estreia

Choque Eletrostático, que chega ao streaming nesse mês pela Toca Discos, é um disco de composições próprias de Natália, que se arrisca no desejo de explorar sua potência performática e provocativa. É um disco de reflexões existencialistas sobre vida, morte, amor e desejo a partir de uma visão singular cheia de acidez e ironia.

O álbum foi produzido pelo Jonas Sá e Thiago Nassif, que também tocam diversos instrumentos, e recebeu participações importantes como Pedro Sá (ex guitarrista da banda Cê), Bi Beats (baterista da Jadsa), Thomas Harres (baterista da Céu e Bala Desejo), Pedro Dantas (baixista de Jards Macalé), Claudio Brito (percussionista da Martnália) e Bellacomsom (artista visual, experimental e inventora de instrumentos).

"Todos eles foram fundamentais para a construção da linguagem do disco", destaca Natália.

Acompanhe a Natália Lebeis

Instagram: natalialebeis

Ficha técnica de 'meucorponuseucorponumeu'

Natália Lebeis - Composição e Vocais

Thiago Nassif - MPC e Programação

Jonas Sá - MPC

Pedro Sá - Baixo e Guitarras

Bella - Sampler SPX 404 e Sintetizador Moog Werkstatt 01

Claudio Brito - Congas, Atabaques, Agogô, Shaker, Caxixi e Pandeiro

Capa: Natália Lebeis

Selo: Toca Discos

Booking: Braba

Distribuidora: Altafonte

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