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segunda-feira, 24 de junho de 2019

Filarmônica de Minas Gerais se apresenta com maestro Enrique Arturo Diemecke e o pianista Jean-Louis Steuerman

Mexicano participa da apresentação na capital mineira
Foto: Maximo Parpagnoli
Nos dias 27 e 28 de junho, às 20h30, na Sala Minas Gerais, a Filarmônica de Minas Gerais une-se ao regente convidado, o mexicano Enrique Arturo Diemecke e a Jean-Louis Steuerman, um dos mais importantes pianistas brasileiros, na interpretação do vivaz Concerto para piano nº 1 em sol menor, op. 25, de Mendelssohn e da recente Fantasia Tarumã, do compositor carioca Ripper. A Sinfonia nº 2 em si menor, de Borodin, uma sinfonia essencialmente russa, de inventividade melódica e ritmo estimulante, encerra este programa marcado pela diversidade de estilos e emoções.

Antes das apresentações, entre 19h30 e 20h, o público poderá assistir aos Concertos Comentados. O convidado desta semana é o músico, crítico e escritor Igor Reyner. As palestras são gravadas em áudio e ficam disponíveis no site da Orquestra.

Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cidadania e Governo de Minas Gerais e contam com o incentivo da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Repertório

Sobre Fantasia Tarumã

João Guilherme Ripper (Rio de Janeiro, Brasil, 1959) e Fantasia Tarumã (2018)

Fantasia Tarumã para piano e orquestra foi escrita por encomenda da Orquestra Filarmônica de Goiás, que a estreou em 2018, com o pianista Jean-Louis Steuerman e direção de Neil Thomson. A imagem poética que deu origem à obra está registrada no título. Ela nasceu da excursão de standup paddle que o compositor fez à Lagoa do Tarumã, um remanso cheio de igarapés na beira do Rio Negro. Ripper escolheu o caráter de improviso e a liberdade formal que propicia a Fantasia para retratar as imagens maravilhosas que viu na Amazônia, por meio da sucessão de seções contrastantes e temas diferentes. A unidade da obra é garantida por um único fragmento melódico submetido a técnicas de desenvolvimento e transformação para gerar novas melodias. A obra coloca em evidência o diálogo entre instrumento e orquestra, o virtuosismo do solista, o elemento esportivo do concerto, diferentes combinações instrumentais, as grandes massas sonoras. A Fantasia Tarumã é dedicada ao pianista Jean-Louis Steuerman, que estreou a obra e vai interpretá-la com a Filarmônica e o regente convidado Enrique Arturo Diemecke.

Sobre o Concerto para piano nº 1 em sol menor

Felix Mendelssohn (Hamburgo, Alemanha, 1809 – Leipzig, Alemanha, 1847) e Concerto para piano nº 1 em sol menor, op. 25 (1831)

Os críticos do século XIX costumavam ver Mendelssohn como um “romântico”; na época, era o termo utilizado para designar compositores de gosto mais tradicional, com produção musical calcada na grandeza poética do passado. Em certo sentido, eram vistos como continuadores de Beethoven. Em oposição aos “românticos”, havia os “modernos”, aqueles que arriscavam uma nova poética e plantavam as sementes do futuro, como Berlioz, Schumann, Liszt e Wagner. De fato, Mendelssohn nunca foi um “moderno”. Mas, para ser um continuador de Beethoven, era necessário muito mais coragem do que supunham seus opositores. Quando Mendelssohn compôs seu Concerto para piano nº 1 em sol menor, em 1831, Beethoven havia falecido há apenas quatro anos. O condensamento da forma foi, talvez, o ponto de partida encontrado por Mendelssohn para estabelecer uma maneira de compor diferente de Beethoven. Em Mendelssohn, os três movimentos do Concerto para piano nº 1 são condensados em um único movimento. Vistos (ouvidos) à distância, os três movimentos interligados funcionam como uma coleção de momentos ora grandiosos, ora singelos, que se colocam como uma antítese do concerto beethoveniano. Em Mendelssohn, o piano retoma o papel do protagonista que ele possuía em Mozart. Mas, enquanto, em Mozart, a orquestra funcionava como um espelho psicológico, em Mendelssohn, o piano não dá muito espaço para que ela se estabeleça. Sua escrita virtuosística chega a superar a de Beethoven em alguns momentos.

Sobre a Sinfonia nº 2 em si menor

Alexander Borodin (São Petersburgo, Rússia, 1833 – 1887) e a Sinfonia nº 2 em si menor (1869/1876)
Alexander Borodin, músico de inspiração requintada, sempre se considerou químico de profissão, ligado a célebres cientistas, como Mendeleief. Daí o reduzido catálogo de sua obra musical. O folclore de colorido semioriental da região do Cáucaso marcou profundamente a sensibilidade do compositor que, desde criança, demonstrara grande interesse pela música. A amizade com Mussorgsky (músico originalíssimo, de inspiração intrinsecamente russa) e o casamento com a pianista Ekaterina Protopopova (grande intérprete de Chopin, Schumann e Liszt) foram fatores decisivos para o amadurecimento de seu estilo. Como cientista e músico, afeito às dualidades, Borodin soube conciliar em sua obra as tradições musicais da antiga Rússia com as contribuições do Romantismo ocidental. O processo conduziu-o a um resultado inteiramente novo. O reconhecimento internacional se impôs pelas mãos de Liszt, que, sempre atento às inovações e à revelação de talentos desconhecidos, dirigiu a Segunda Sinfonia de Borodin em Baden-Baden, em 1880. Toda a obra reflete o anseio teatral do autor e oferece numerosas semelhanças com trechos de sua ópera O Príncipe Igor, inspirada em lendas medievais russas. A animação fervilhante do quarto movimento evoca as danças e cânticos festivos de bravos guerreiros comemorando a vitória, junto ao tumulto da alegre multidão.

Enrique Arturo Diemecke, regente convidado

Diretor artístico do Teatro Colón em Buenos Aires, Enrique Arturo Diemecke foi também o primeiro estrangeiro a atuar como Diretor Artístico da Filarmônica de Buenos Aires. Nascido em Guanajuato, no México, Diemecke foi premiado com a medalha da Mahler Society pela interpretação das sinfonias completas do compositor austríaco. O maestro já regeu orquestras como as sinfônicas de São Francisco, Nacional de Washington, da BBC, e as filarmônicas de Varsóvia, Los Angeles, Bogotá e a Royal Philharmonic de Londres e a Orquestra de Paris. Com vasta experiência como regente de óperas, entre 1984 e 1990, coordenou mais de vinte produções no Palácio da Belas Artes, mais importante teatro do gênero na Cidade do México. Seus estudos em música clássica começaram aos seis, com o violino, orientado por Henryk Szeryng. Aos nove anos, o futuro maestro adicionou trompa, piano e percussão aos estudos do pupilo.

Jean-Louis Steuerman, piano

Jean-Louis Steuerman recebeu grande reconhecimento como solista e recitalista internacional depois de conquistar, em 1972, o segundo lugar no Concurso Johann Sebastian Bach, em Leipzig. Steuerman apresentou-se como solista com a Sinfônica de Londres sob regência de Claudio Abbado, com a Royal Philharmonic sob a batuta de Yehudi Menuhin e Vladimir Ashkenazy. Debutou nos Concertos Promenade BBC em 1985 com grande sucesso de crítica tocando o Concerto em ré menor de Bach com a Polish Chamber Orchestra. Apresentou-se também com a City of Birmingham Symphony Orchestra, a Bournemouth Sinfonietta, Orquestra do Gewandhaus Leipzig, as sinfônicas de Basel, Berlim, Dallas, Baltimore e outras. Suas gravações para a Philips Classics incluem a obra para piano solo de Scriabin, a obra completa de Mendelssohn piano e orquestra com a Moscow Chamber Orchestra, os concertos para piano e as seis Partitas de Bach, gravação que lhe rendeu o prestigioso Diapason d'Or.

Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Criada em 2008, desde então a Filarmônica de Minas Gerais se apresenta regularmente em Belo Horizonte. Em sua sede, a Sala Minas Gerais, realiza 57 concertos de assinatura e 12 projetos especiais. Apresentações em locais abertos acontecem nas turnês estaduais e nas praças da região metropolitana da capital. Em viagens para fora do estado, a Filarmônica leva o nome de Minas ao circuito da música sinfônica. Através do seu site, oferece ao público diversos conteúdos gratuitos sobre o universo orquestral. O impacto desse projeto artístico, não só no meio cultural, mas também no comércio e na prestação de serviços, gera em torno de 5 mil oportunidades de trabalho direto e indireto a cada ano. Sob a direção artística e regência titular do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra conta, atualmente, com 90 músicos provenientes de todo o Brasil, Europa, Ásia, Américas Central e do Norte e Oceania, selecionados por um rigoroso processo de audição. Reconhecida com diversos prêmios culturais e de desenvolvimento econômico, ao encerrar seus 10 primeiros anos de história, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais recebeu a principal condecoração pública nacional da área da cultura. Trata-se da Ordem do Mérito Cultural 2018, concedida pelo Ministério da Cultura, a partir de indicações de diversos setores, a realizadores de trabalhos culturais importantes nas áreas de inclusão social, artes, audiovisual e educação. A Orquestra foi agraciada, ainda, com a Ordem de Rio Branco, insígnia diplomática brasileira cujo objetivo é distinguir aqueles cujas ações contribuam para o engrandecimento do país.

O corpo artístico Orquestra Filarmônica de Minas Gerais é oriundo de política pública formulada pelo Governo do Estado de Minas Gerais. Com a finalidade de criar a nova orquestra para o Estado, o Governo optou pela execução dessa política por meio de parceria com o Instituto Cultural Filarmônica, uma entidade privada sem fins lucrativos qualificada com os títulos de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) e de Organização Social (OS), um modelo de gestão flexível e dinâmico, baseado no acompanhamento e avaliação de resultados.

Os números da Filarmônica de Minas Gerais (dados até 14/12/2018, último concerto de 2018)

1.061 milhão espectadores
818 concertos realizados
1.051 obras interpretadas
104 concertos em turnês estaduais
39 concertos em turnês nacionais
5 concertos em turnê internacional
90 músicos
589 notas de programa publicadas no site
188 webfilmes publicados (20 com audiodescrição)
1 coleção com 3 livros e 1 DVD sobre o universo orquestral
4 exposições itinerantes e multimeios sobre música clássica
4 CDs pelo selo internacional Naxos (Villa-Lobos e Nepomuceno)
1 CD pelo selo nacional Sesc (Guarnieri e Nepomuceno)

Série Allegro
27 de junho – 20h30
Sala Minas Gerais


Série Vivace
28 de junho – 20h30
Sala Minas Gerais


Enrique Arturo Diemecke, regente convidado
Jean-Louis Steuerman, piano


RIPPER                      Fantasia Tarumã
MENDELSSOHN      Concerto para piano nº 1 em sol menor, op. 25
BORODIN                Sinfonia nº 2 em si menor


Ingressos: R$ 46 (Coro) R$ 52 (Balcão Palco) R$ 52 (Mezanino), R$ 70 (Balcão Lateral), R$ 96 (Plateia Central), R$ 120 (Balcão Principal), Camarote par (R$ 140).

Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.

Ingressos para o setor Coro serão comercializados somente após a venda dos demais setores.

Ingressos comprados na bilheteria não têm taxa de conveniência.

Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

Funcionamento da bilheteria:
Sala Minas Gerais – Rua Tenente Brito Melo, 1090 – Bairro Barro Preto - Belo Horizonte/MG
De terça-feira a sexta-feira, das 12h às 20h.
Aos sábados, das 12h às 18h.
Em quintas e sextas de concerto, das 12h às 22h
Em sábados de concerto, das 12h às 21h.
Em domingos de concerto, das 9h às 13h.


São aceitos cartões com as bandeiras Amex, Aura, Redecard, Diners, Elo, Hipercard, Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Electron.

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